27 de dezembro de 2009

Próxima fase, please!

Quando nossos pais, tios, avós (pessoas mais velhas em geral) começam a falar "aproveita bem essa fase da vida, porque depois passa e você vai sentir saudades", a gente sempre pensa que é balela, que é conversa fiada. Mas não é.

Ontem, eu saí com a minha irmã e uns amigos delas, mais novos que eu. E foi então que eu percebi que, pra mim, já chega. Fomos numa balada e, já na chegada, aquela fila... me desanimou. Lá dentro, me diverti na primeira hora, mas depois... não agüentava mais. Aquela gentarada, a música alta, povo empurrando, mané puxando pelo braço, pessoas em atos (praticamente) proibidos para menores de idade... foi quando eu pensei: já deu pra mim.

Porque se tinha uma coisa que eu gostava muito, era balada. Lembro de quando eu e umas amigas íamos na falecida Swingers e só íamos embora quando começavam a varrer o lugar e a levantar as cadeiras. Lembrei também de como fomos expulsas de quase todas as festas de formatura. E das festas da Unicamp. No primeiro ano da faculdade, quando chegamos da Festa Brega, o dia já estava quase amanhecendo. Isso sem contar nosso ânimo infinito às 5h30, num dia frio de agosto, quando paramos na entrada da Unicamp pra tirar foto na placa e matar aquela vontade de 3 anos.

E agora eu não tenho mais ânimo nem vontade pra nada disso. Já não é a primeira vez que eu vou pra uma balada e rezo pra ir embora. Chega uma hora que começa a me dar nos nervos e eu quero muito sumir daquele lugar, me teletransportar em 5 segundos. Ultimamente, tenho me divertido muito mais nas nossas saídas pelos barzinhos de Barão, quando passamos boa parte do tempo sentadas, conversando e dando risada... e voltamos pra casa às 1h.

Eu fico feliz por ter aproveitado, de verdade, cada minuto. Por ficar em cada festa até desligarem o som ou pedirem delicadamente (ou não) pra irmos embora e, por isso, aconselho que todo mundo faça o mesmo. Se você gosta muito de uma coisa hoje, aproveite-a. Se existe algo que te diverti muito e te deixa feliz, viva-o muito, até o fim. Porque depois, vai passar.

Aí eu vejo que a vida é feita de fases mesmo, como se fosse um jogo de vídeo-game. No final de cada fase, a gente sempre acaba enfrentando o monstro da vez (lembram do Mario Bros?!), porque é difícil mesmo aceitar que algumas coisas já passaram e que devemos abrir mão delas pra seguir em frente. E não adianta fugir, porque pior que abrir mão do passado é ficar encurralado, parado no tempo, vivendo uma fase que já não te pertence mais. Não tem nada mais ridículo do que aquele tiozão tão irresponsável como seu irmão mais novo. Ou aquela tiazona que se acha a mocinha da balada. É lógico que a gente sempre pode revisitar o passado e fazer coisas que não fazíamos há anos (aliás, isso é algo que devemos fazer). Mas não adianta fugir... cedo ou tarde, todo mundo precisa passar pra próxima fase.

24 de dezembro de 2009

Tá chegando...

Eu nunca fiz essas listas de fim de ano. Sabe, aquelas listas onde você coloca tudo que VAI fazer ou conseguir no próximo ano? Aí você enche um papel com coisas bonitas e planos perfeitos e depois fica pensando que só pelo fato deles estarem ali, escritos no papel, vão se realizar. Mas viver não é como resolver a lista de exercícios de Fonética e Fonologia (ou as listas de cáculos, para quem é da exata). Viver, meu amigo, é muito, muito mais difícil que isso!

Primeiro, porque fim de ano é sempre época de euforia. Um monte de festas, confratenizações, presentes e comida boa. Fica todo mundo feliz, animado, com aquela cara de bobo, achando que pode tudo. E aí, exagera na lista. Depois que o ano novo começa e a vida volta ao normal, a pessoa percebe que não vai ser tão fácil ir pra academia todos os dias e ficar com a barriga da jogadora de vôlei de praia. Também não vai ser possível fazer o mochilão pelo mundo, nem aprender aquelas duas línguas estrangeiras, muito menos comprar o carro zero.

Segundo, porque – felizmente – a vida é supreendente (meio clichê, mas é verdade). Você pode até fazer mil planos e lutar de verdade para que todos aqueles itens da sua lista saiam do papel. Mas aí vem a vida e te dá uma bela de uma rasteira, vira seu mundo de pernas pro ar e você vê que não vai dar, nada daquilo vai se realizar. Aquele dinheiro que ia sair, não vai sair mais. Você se vê obrigado a fazer um curso de especialização e não sobra mais tempo pra academia. Você queria aprender francês, mas seu chefe fala que, agora, você precisa se virar no espanhol.

Mas, por outro lado, muitas coisas pelas quais você nem esperava, acontecem. Coisas ruins, sim, mas coisas boas também. E não há nada melhor do que quando algo bom acontece na sua vida sem que você esteja esperando. Às vezes, uma surpresa boa acaba sendo melhor do que a realização de um sonho.

Esse ano foi assim comigo. Embora eu não tenha feito lista nenhuma, esperava que certas coisas acontecessem. E não aconteceram. E talvez nem devessem acontecer mesmo. Mas muitas surpresas surgiram no lugar disso tudo. Mudanças no trabalho que eu não esperava. Novos amigos que surgiram do nada e agora já fazem parte da minha vida. Alguns problemas, sim. Mas também muitas soluções que já me trarão mudanças nesse começo de 2010.

É por isso que, ao invés de desejar a vocês que todos seus sonhos se realizem,
desejo que 2010 seja um ano repleto de surpresas,
mudanças e
muita felicidade!

23 de novembro de 2009

Eu não tenho dó

Eu aprendi a não ter dó.


Tem gente que morre de dó quando vê alguém pedindo dinheiro na rua. Eu não tenho dó. Conheço pessoas da minha idade que mal tem o que comer e vivem de doação. Pessoas que na época da escola estavam na farra, aprontando, fumando e bebendo, enquanto eu e minhas amigas estudávamos. E enquanto eu estava acordando pra ir pra faculdade, às 5h40, elas estavam indo dormir. E depois, enquanto eu passava o dia todo fora de casa, trabalhando e estudando, elas estavam dormindo e coçando. O Dia todo.

Tem gente que morre de dó de quem mora na rua. Eu não tenho dó. Um tio da minha mãe vive assim, na linha da miséria. A família inteira já tentou ajudá-lo, levou ele pra morar junto, deu casa, comida e roupa lavada. E o que ele fez? Esmurrou a porta, roubou coisas e ainda ameaçou de morte o irmão de quase 70 anos. Ninguém aguentou e ele foi parar na rua. Às vezes, aparece em casa, pedindo comida. A gente dá. Dinheiro, nunca. Quando minha mãe perguntou porque ele não arrumava um emprego e ia viver dignamente, a resposta foi simples: sou feliz assim.

Tem gente que morre de dó de ver velhinho em asilo ou em casa de repouso. Eu não tenho dó. Meus avós paternos são simplesmente as pessoas mais ruins que eu conheci na minha vida. Junte todas as bruxas e madrastas de conto de fadas e você terá a minha vó. Quando eu era criança e ia na casa dela, ela escondia a comida que estava em cima da mesa. Ela já pegou a vassoura pra bater na minha mãe. Já me xingou e me expulsou da casa dela. O meu avô mal consegue andar sozinho - por causa do mal de parkinson - mas ainda tem força pra mandar meu pai pra puta que pariu. No aniversário de 80 anos dele, fizemos uma festinha surpresa com os filhos, netos e bisnetos. Depois do Parabéns, ele perguntou quando a gente ia embora, porque ele não aguentava mais aquela bagunça.

As aparências enganam, para o bem ou para o mal. Você olha um pobre coitado e fica com pena porque “ele não teve oportunidades” e acabou parando na rua. Olha dois velhinhos indefesos e fica morrendo de dó porque a família os abandonou. Mas só quem acompanha o caso de perto sabe o que realmente aconteceu e porque algumas pessoas tem uma vida miserável ou deprimento. Porque a gente é esperto e só conta a parte da história que nos favorece né?! Minha avó vive reclamando que os filhos não cuidam dela, os vizinhos vivem falando mal da minha família... mas ela nunca contou pros vizinhos que já expulsou os filhos de casa. E os vizinhos morrem de pena dela, mas ninguém nunca vai lá fazer uma visita, arrumar um almoço, saber se eles estão bem...

Dó?! Eu tenho de mim.


* Esse é meu Centésimo post \o/

28 de outubro de 2009

Senhor, perdoai os autores de novela, eles nao sabem o que fazem


Uma coisa é fato: os autores de novelas estão cada vez piores. Eles devem estar alucinando, pirados, usando droga ou qualquer coisa do tipo, pois não é possível que uma pessoa em sã consciência seja capaz de escrever tanta coisa inútil e imbecil.

Na época em que eu assistia Malhação, a temática do seriado girava em torno de temas adolescentes: namoro, briga entre amigas(os), problemas com pais, estudos, gravidez na adolescência, coisas do tipo. Pois bem, estou lendo notícias no Globo.com, quando me deparo com a manchete abaixo.

Caio confessa que matou Olga!

Como assim MEU DEUS?! Como um personagem de uma novelinha pra adolescente, que passa antes das 18h, pode matar uma pessoa?!

Depois os jovens saem por aí roubando carro, sequestrando vizinho, enforcando a namorada, assassinando os pais e ninguém sabe porque... ninguém entende "o que está acontecendo com essa juventude de hoje em dia". Na minha humilde opinião, a televisão deveria colaborar para a (boa) formação dos jovens e não para sua deformação. Quer apostar quanto que o tal do Caio ainda vai terminar feliz da vida com a Marina, que é neta da pessoa que ele matou?!


24 de outubro de 2009

É tudo bundão

Hoje eu estava meio que sem nada pra fazer e fiquei caçando blogs pra ler, quando entrei no blog 3 x trinta. Então, vi um post com o título Homem é tudo bundão. Pensei "mais um texto de mulher encalhada falando mal de homem porque levou mais um pé na bunda"... mas não, o texto foi escrito por um homem!!! Como imagino que ele tenha conhecimento de causa, agora dá pra acreditar... homem é tudo bundão mesmo! E o resto da homarada, concorda?!?

"Minhas amigas vibram quando eu digo que homem é tudo bundão. Perceba que estou correndo risco de levar uma surra de qualquer um dos meus amigos por escrever isso. Mas cara, essa é a mais pura e triste verdade. Homem, embora queira sempre parecer O Comendor, O Cara Perigoso e tudo mais, na real, é apenas uma criancinha chorona. Ok, uma criancinha que quer transar com qualquer mulher que aparece na frente. Mas, no fim das contas, a gente não cresceu ainda. A gente é bundão."

22 de outubro de 2009

Aconticido - Na aula



A minha mãe descobriu esses tempos que várias pessoas que ela conhece (do bairro, da igreja, etc) não sabiam ler/escrever. Desde que ela parou de trabalhar, ela queria arrumar alguma atividade, alguma coisa pra fazer, então ela resolveu dar aula para essas pessoas. Em um dessas aulas...



M: Você já consegue ler isso
A: (cara de quem não consegue).
M: É fácil... o que que o cachorro faz?
A: O cachorro late.
M: E quando ele late, ele fala o que?
A: Ele não fala nada.


... e num é verdade?!


Legenda
M: minha mãe
A: aluna

20 de outubro de 2009

É quando a gente mais se cala


Ontem eu recebi um comentário em um post, entrei no blog e então, fiz duas constatações:


Constatação 1: Meu Deus, como tempo voa! E você nem percebe. O último post do blog foi em 26 de agosto (o post de setembro foi mais um momento de auto-promoção do que um post mesmo), isso foi há quase 2 meses atrás... e eu nem tinha me dado conta de que tinha se passado tanto tempo... tanto tempo sem escrever... e essa é minha constatação 2.

Constatação 2: Por que eu passei tanto tempo sem escrever? É engraçado que nesses últimos dois meses aconteceram tantas coisas... e foi justamente nesse período que eu menos escrevi. Parece que quando a gente tem mais coisa a dizer é justamente quando a gente mais se cala.


2 de setembro de 2009

Jornalismo Literário

Na semana passada, eu terminei um curso de extensão de Jornalismo Literário. Como trabalho de final de curso, cada aluno escreveu uma reportagem ou perfil seguindo os “moldes” desse jornalismo. Foi algo que deu muito trabalho, especialmente para mim, que não sou formada em jornalismo, tive que aprender a pesquisar informações, fazer entrevista, conversar com as pessoas... e depois, juntar tudo e colocar no papel, de forma que fizesse sentido... criando um texto bom e gostoso de ler.

O meu trabalho final foi uma versão mais trabalhada do post Você tem orkut? Quer ser meu amigo? do dia 17 de maio desse ano. Eu peguei a idéia do post e trabalhei mais o assunto, indo mais a fundo... o resultado foi um texto de 10 páginas, que você poder ler aqui. (comentários serão muito bem-vindos - se o link não funcionar, me avisem)

Além do texto, eu também fiz a diagramação, coisa que também me deu muuuuito trabalho. Mas foi muito bom ver o resultado final e saber que fui eu que fiz.

26 de agosto de 2009

Onde você guarda seu racismo?

Ontem eu assisti a palestra da líder de um dos grupos de diversidade da empresa onde trabalho. Durante a palestra, ela comentou sobre a campanha Diálogos contra o Racismo. O slogan da campanha é Onde você guarda seu racismo? Não guarde, jogue fora. Eu fiquei curiosa para saber mais sobre a campanha e fui procurar os vídeos no YouTube.

A campanha tem 5 vídeos (todos curtos) que deixam claro que no Brasil ainda existe muito racismo sim. Além disso, chama atenção para o fato de que muitas vezes temos atos racistas, sem nem perceber.

Por que uma campanha contra o racismo?

Porque o racismo existe, faz mal para todo mundo e se manifesta de
diferentes formas. Às vezes em atitudes discretas, sutis, quase
imperceptíveis. Outras vezes são agressões explícitas, um olhar,
um comentário, uma piada ou simplesmente uma reação física.

Os Diálogos Contra o Racismo têm a missão de combinar propostas
de mudanças de atitudes com a divulgação consistente de
informações nos meios de comunicação. O racismo é um entrave
para a consolidação de uma sociedade mais justa e democrática,
onde todos e todas sejam realmente cidadãos.

17 de agosto de 2009

Aconticido - No fretado

Na sexta-feira, depois de um dia inteiro de trabalho, depois de uma semana inteira de trabalho, lá estava eu, voltando para casa no fretado.

Antes de sair do ônibus, como sempre, eu dei boa noite ao motorista (eu trabalho das 13h às 22) e desejei um bom fim de semana. Eis que ouço um "boa noite linda".

Su motorista, eu podia ter ido dormir sem essa.

13 de agosto de 2009

A fé que move montanhas... de dinheiro!


Gente, como está ridícula essa briga entre a Record e a Globo, parece briga de irmão. Sabe quando você apronta e sua mãe vai brigar com você? Aí você, sem defesa (porque você fez a maior cagada mesmo), pega e começa a falar mal do seu irmão, a soltar todos os podres dele, com o único objetivo de arrumar um novo bode expiatório para história e tirar o foco de você. É exatamente isso que a Record está fazendo.

Eu concordo que a maneira como a Globo está divulgando os acontecimentos é totalmente descabida, o tom usado nas reportagens é sempre de deboche... é péssimo uma empresa de comunicação do porte da Rede Globo agir dessa forma! Portanto, eles pediram para serem atacados.

Mas, sinto muito cara Record: para vocês não há defesa. Todas as informações divulgadas pela Globo foram retiradas de uma investigação de 2 anos da Polícia Federal, repleta de provas e depoimentos, inclusive de muitos fiéis da Igreja Universal. Por mais que a Record negue, não há como ir contra os fatos: a Igreja Universal está indo contra a lei brasileira. De acordo com ela, todas as igrejas são isentas de impostos e não podem - em hipótese alguma - ter lucro. Ou seja, todo dinheiro arrecadado por igrejas (na forma de dízimos e doações) deve ser usado para a manutenção das mesmas e em obras sociais e de caridade. No final do mês (ou do ano, não sei), não pode sobrar dinheiro no caixa. Mas não é isso que vem acontecendo com a Igreja Universal. Desde 1994, o dinheiro arrecadado por ela vem sendo usado na compra de bens e de meios de comunicação, dentre os quais está a Rede Record.

Como todo pai ou mãe esperto, que nunca cai na malandragem do filho, ninguém está engolindo as reportagens que a Record está fazendo contra a Globo e o foco da história continua sendo a Igreja Universal. De acordo com a investigação da PF, entre 2001 e 2008, Edir Macedo arrecadou, graças à igreja, mais de 8 bilhões de reais!!! É muito dinheiro. E de onde ele vem?

Basicamente, de dois lugares: 1) do bolso de pessoas gananciosas que caem no discurso que diz "tudo que você der, Deus te devolverá em dobro" e assim doam milhares de reais achando que no final vão ficar milionárias e 2) de pessoas de fé e boa vontade, que acreditam estar doando dinheiro para obras sociais e, mal sabem, que seu dinheiro está indo direto para o bolso dos integrantes da quadrilha de Edir Macedo.


A Justiça abriu ação criminal contra Edir Macedo e outros nove integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus sob a acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro


8 de agosto de 2009

Por favor Senhor, é proibido fumar nesse recinto!

Sabe aquela frase “o seu espaço termina, onde começa o meu”? Eu concordo muito ela! Eu acho que cada um pode fazer o que bem entender da sua vida, desde que seus atos não interfiram e atrapalhem a vida dos outros. Qualquer pessoa tem direito de fumar e se entopir com aquela fumaça tóxica que dá câncer e outras doenças, mas o resto do mundo não é obrigado a fumar junto. Eu odeio cigarro! Odeio porque fede demais e faz muito mal pra saúde. É por isso que eu não fumo: porque preservo a minha saúde. E é por isso também que sou totalmente à favor da Lei Antifumo.

Sair (ir pra barzinho, balada, festas) estava se tornando uma coisa insuportável: você sai de casa toda arrumada e volta parecendo um cinzeiro ambulante. Até sua alma volta fedendo cigarro. Você limpa o rosto e saí uma sujeira escura. Na hora de lavar a roupa, dependendo da sua exposição ao cigarro, a água sai meio escura também. Agora imagina o tanto de “sujeira” que não entrou pelo seu nariz durante à noite?

Não sei se vocês sabem, mas o Tabagismo passivo é a 3ª causa de morte evitável no mundo. No Brasil, todos os dias 7 pessoas morrem por causa de doenças decorrentes do fumo passivo, são 1460 pessoas por ano!!! É muita gente!!! Essa lei não é mais uma frescura do governo, para multar os bares e assim ganhar mais dinheiro. A Lei Antifumo é extremamente necessária, pois evitará milhares de doenças e mortes todos os anos e já foi implementada em outras cidades do mundo como Nova York, Londres, Paris e Buenos Aires. Mais que uma lei, é um projeto que visa melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.

Eu entendo que as coisas ficaram complicadas para os fumantes. Mas os fumantes também devem entender que é um direito nosso (não-fumantes) preservamos a nossa saúde e bem-estar. Eles têm o direito de fumar e nós temos o direito de ficarmos longe desse veneno fedorento. O certo seria os fumantes terem consciência disso, respeitarem o espaço do próximo e, portanto, não fumarem perto de outras pessoas e em lugares fechados. Mas como consciência é algo raro no Brasil, espero que mais Estados adotem essa lei.

6 de agosto de 2009

Não te falei... cilada!

Eu ADORO seriados. Se pudesse, passaria o dia todo em frente à TV assistindo House, Two and a Half man, CSY, Cold Case, Sex and the City, etc. O Brasil é meio pobre de seriados. Tem Malhação, que ninguém merece, alguém ainda assiste aquilo?!

Mas no Multishow, passa um seriado (nem sei bem se pode ser chamado de seriado – mas é como se fosse), que é muito bom! Chama CILADA, é muito engraçado. Eu adoro, choro de rir! O roteirista e ator principal é o Bruno Mazzeo, que é filho do Chico Anísio.

O Cilada é mais ou menos assim: todo episódio, tem uma história tipo programa de índio. Sabe quando você faz uma viagem e, quando chega, não sabe que loucura te deu pra ir até lá? Ou quando vai em alguma festa e dá tudo (tudo!) errado? As histórias são todas assim. O Bruno (nome do personagem) é o cara mais azarado do mundo: com ele, até uma simples caminhada no parque vira a maior cilada. Ele também é bem tolerância zero e dá muitos foras, boa parte da graça do programa gira em torno disso.

Outra parte muito boa do programa são os depoimentos ao longo da história. Sabe quando contam alguma história no Fantástico e no meio da reportagem colocam vídeos com depoimentos de especialistas, pessoas comuns, artistas? Os depoimentos são assim, quer dizer, os depoimentos são uma sátira muito bem feita dos depoimentos à la Fantástico. O melhor depoimento sempre é o do Antropólogo. Pra quem fez alguma faculdade de humanas fica mais engraçado ainda, porque você imagina aquele seu professor picareta dando aula.

Por causa do sucesso do programa, ele virou um quadro do Fantástico. Mas, no Fantástico, o quadro dura muito pouco e eles cortam boa parte da história. Além disso, não tem a namorada do Bruno, então perde um pouco a graça, porque, quase sempre, ela é a responsável por meter o namorado na maior enrascada.

Eu sempre assisto ao programa à noite, entre as 21h e 22h, mas não sei o horário certo, acho que eles vivem mudando. De qualquer forma, no YouTube vocês também podem encontrar quase todos os episódios. Os meus preferidos são Academia, O Barzinho, Churrasco e Aniversário.

5 de agosto de 2009

Até onde vai?

Até onde vai o amor de uma pessoa? Até onde vai o ódio de uma pessoa? Um episódio que aconteceu essa semana, em Belém, nos ajuda a responder essas perguntas.

Um homem impediu o roubo de um celular. Os criminosos decidiram fazer vingança e foram até sua casa, para matá-lo. Chegaram dando tiros. Duas crianças brincavam na rua, em frente ao portão. Saíram todos correndo. Ou quase. Correram o homem-que-impediu-o-roubo, seu amigo, uma criança. A outra, amendrontada, manteve-se sentada no chão, agachadinha, morrendo de medo. Tinha 6 anos. A criança que correu viu o coleguinha paralisado e foi ajudá-lo. Era um menino de 12 anos. Sem saber o que fazer, deitou em cima do amigo, tentando protegê-lo. Levou um tiro, à queima roupa, nas costas. E morreu.

Como uma pessoa tem a coragem de matar uma criança indefesa?

Como uma criança pode ter tanto amor a ponto de arriscar sua vida para salvar o próximo?

26 de julho de 2009

Renda pra quê?

Essa semana eu fui comprar lençol em uma dessas lojas de departamento e fiquei surpresa quando vi, na sessão infantil (INFANTIL!), vários sutiãs com bojo. Como assim?! Desde quando criança de 11 anos usa sutiã com bojo?!

Bom... mal sabia eu que o pior ainda estava por vir. Quando eu estava indo embora, passei pelo outro lado da sessão infantil e vi muitos sutiãs com bojo ... e renda!! Por que meu Deus uma menina de 11 anos precisa usar um sutiã com renda, todo sexy?! Pior, que tipo de mãe compra isso pra filha??

Como diria minha vó, na minha época, meninas de 11-12 anos usavam aqueles sutiãs que mais pareciam um bustiê (é assim que escreve?), cor de rosa e com desenhos fofinhos. Mas num mundo onde adolescentes de 12 anos tem filhos e meninas de 11 anos protagonizam vídeos caseiros de sexo, não sei porque me espantei com a renda...

Na verdade, o que me assusta mais é saber que tem mãe que compra isso (pelo menos quando eu tinha 11 anos, era minha mãe que comprava tudo pra mim, eu até opinava, mas a palavra final era dela), aí a filha aparece grávida aos 13 e ela não sabe o que aconteceu com a sua menina.

Me assusta ver essas (pré)adolescentes na rua. No começo do mês, estava com uma amiga na fila de uma loja num shopping. Era um dia frio, nós estávamos de calça, bota e blusa de frio e, na nossa frente, tinham duas meninas de shortinho, blusa decotada, bota plataforma e muita maquiagem. Elas deviam ter no máximo – chutando alto – uns 12 anos e pareciam duas mini-prostitutas... mini-monstros... uma coisa terrível!

Essas meninas passam a infância querendo ser mulheres fatais e depois, quando forem mulheres de fato, vão se arrepender por terem adiantado tanto o tempo a ponto de não terem vivido direito cada fase da vida. Isso tudo é muito clichê, eu sei, mas é a mais pura verdade.

Porque depois que o tempo passa, dá uma tristeza saber que você deixou de brincar mais um dia com a sua vizinha, perdeu aquela festa do colégio, deixou de assistir a milésima comédia-romântica-água-com-açúcar com as suas amigas, não passou mais aquela noite se empanturrando de pipoca, guaraná e brigadeiro na casa da sua prima... A melhor coisa que se pode fazer é aproveitar o que cada etapa da nossa vida tem de bom – e de ruim.

25 de julho de 2009

Circo e música

Com esse tempinho frio e chuvoso, dá muita preguiça sair de casa, mas Campinas recebe esse mês duas atrações pelas quais vale a pena sair de debaixo da coberta.

Uma delas é o Unicirco – mais conhecido como circo do Marcos Frota. O projeto da Universidade do Circo tem como objetivo encontrar e apoiar novos talentos do picadeiro e divulgar a arte circense. O Unicirco ficará em Campinas até 2 de agosto, na Lagoa do Taquaral, mas há a intenção de que uma unidade do Unicirco fique em Campinas definitivamente, no Parque das Águas do Capivari. O circo tem sessão às quartas, quintas e sextas, às 20h, e no sábado e domingo às 16h, 18h e 20h. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meio valor).

A outra atração é a apresentação da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). A OSESP está fazendo uma turnê pelo interior do estado e fará uma apresentação em Campinas no próximo sábado, dia 1º de agosto, na Praça Arautos da Paz. A apresentação é gratuita. É uma ótima oportunidade de ouvir um concerto de música clássica da melhor orquestra do Brasil.

21 de julho de 2009

Pisou ou não pisou?

Ontem a minha mãe me perguntou se eu acreditava que o homem tinha pisado na Lua e eu respondi que não. E eu não acredito mesmo.

Muitos incrédulos foram zuados pela TV e pelos jornais por também responderam Não pra pergunta acima. Bom, aqui vão minhas justificativas.

Primeiro, eu acho que em 1969 a tecnologia era muito precária para a realização de um feito tão extraordinário. Os computadores eram gigantescos e tinham uma memória minúscula, os carros não eram grande coisa e a TV ainda era em preto e branco. Num mundo onde a TV é em preto e branco, será que seria possível colocar gente andando na Lua?

Uma segunda coisa que me intriga é o fato disso nunca mais ter se repetido. Depois de 1969, o mundo mudou muito, tudo evoluiu, coisas que ninguém pensava que pudessem acontecer (como a clonagem, por exemplo) se tornaram realidade... no entanto, nenhum homem voltou a pisar na Lua! Eu não acredito que os EUA perderiam a oportunidade de repetir esse acontecimento milhões de vezes e mostrar para o mundo como eles são maravilhosos, perfeitos, ricos, avançados e blá-blá-blá.

Além disso, as imagens divulgadas na TV não me convencem. Tudo escuro, preto pra caramba, não dá pra enxergar nada, parece TV com chuvisco... quem me garante que aquilo lá é a Lua?! Todas aquelas cenas parecem mais coisa de Hollywood do que da NASA.

Por último, eu não acredito em nada – NADA – que venha dos EUA. No cenário da época, a briga entre EUA e URSS estava acirradíssima e quando a URSS mandou o primeiro astronauta pro espaço, os EUA – ÓBVIO – não iam querem ficar por baixo né?! Não duvido nada que eles possam ter inventado essa história toda só para confirmar a tal superioridade americana.

20 de julho de 2009

Menos pânico peloamordeDeus!!!

Eu não agüento mais esse terror em volta da gripe suína, estimulado dia-a-dia pelos meios de comunicação no Brasil. Até parece que estamos diante de uma epidemia de ebola!

É lógico que ninguém quer ficar doente, eu mesma cancelei uma viagem de duas semanas pra Argentina por medo de ficar doente lá e ter que ser tratada em outro país. Mas os noticiários de TV estão exagerando demais e deixando a população doida por causa da gripe suína. A minha mãe está até com medo de ir ao cinema comigo na quarta porque falaram no jornal que a população precisa evitar lugares fechados e com multidão.

A gripe suína mata? Mata, assim como a gripe comum também mata. Aliás, a gripe comum mata muito mais. No EUA, uma média de 36 mil pessoas morrem todos os anos por causa da gripe comum. Em 2006, 70 mil pessoas morreram no Brasil por complicações causadas pela gripe... e alguém deixou de sair na rua por causa disso? Alguém deixou de passar frio em festa junina e evitar multidão de rodeio? Não! Até agora, 15 pessoas morreram no Brasil por causa da gripe suína... então, por favor, menos pânico!

Vários médicos já falaram mil vezes na TV que a gripe suína só é perigosa mesmo para pessoas que já tenham algum outro problema de saúde, como obesidade, problemas respiratórios e doenças que baixam a imunidade (como o câncer). Além disso, idosos e grávidas devem tomar mais cuidado. Mas ninguém precisa deixar de sair na rua porque acha que vai pegar a gripe e morrer terrivelmente 30 minutos depois. Mas parece que a população só dá atenção para as bobagens faladas pelos jornalistas da Record e pelas notícias dramáticas e terríveis que saem da boca do William Bonner.

Eu também já me desesperei (confesso!), mas depois de pensar melhor sobre a história toda, sobre todas as notícias veículadas pela mídia e ler muita coisa na internet, vi que não há motivos pra tanto medo.

Essa situação toda me lembra muito o filme V de Vingança: o governo cria um novo vírus, espalha em lugares estratégicos (uma escola, um hospital e uma estação de água) com o objetivo de aterrorizar a população e, então, deixá-la suscetível e totalmente submissa às suas ordens. Tudo com a ajuda, é claro, dos meios de comunicação. Não acredito que o governo tenha criado o vírus da gripe suína... mas vamos combinar que o terror causado pela mídia é bem familiar.

Portanto, o melhor a fazer é se informar bastante e procurar um médico se você apresentar todos os sintomas. Mas não é preciso se desesperar só porque você deu um espirro (que, aliás, não é sintoma de gripe suína).

19 de julho de 2009

SELLL 2009

A SELLL é a Semana de Estudos Literários, Letras e Linguística. É um evento organizado pelos alunos desses 3 cursos e costuma ser bem legal!

Esse ano, a SELLL será realizada de 10 à 14 de agosto e a programação já está disponível no site.


Eu gostei bastante dos temas das palestras e os mediadores (todos professores da Unicamp) foram muito bem escolhidos. O único problema é que as palestras são todas durante o dia, então pra quem trabalha fica difícil acompanhar. Eu vou tentar conseguir uma folga na terça, para ver a palestra Limites da Representação: Sociedade brasileira na Literatura Contemporânea, quero muito ouvir o Miltom Hatoum.

15 de julho de 2009

Na casa do Drummond

Esses dias eu recebi a foto que tirei com uma das professoras da faculdade, na Colação de Grau dos cursos de Letras e Linguística, em dezembro do ano passado. O nome dela é Suzi Sperber e ela é a professora mais sensível que eu já tive (e olha que eu tive a sorte de ter muitas professoras sensíveis). Sabe aquelas pessoas que passam pela sua vida e fazem diferença? Ela é assim. Eu fiz duas disciplinas com ela, uma sobre poesia e uma sobre teatro.

Na colação, ela era paraninfa da turma de Letras e o discurso que fez foi, como todo mundo já previa, o mais bonito. Enquanto a maioria dos professores passa a vida tentando cortar as asas dos seus alunos e fazendo o possível, o impossível e o inimaginável para ferrá-los, ela terminou o discurso demonstrando seu desejo e objetivo em dar aulas: que seus alunos voassem alto.

Ninguém nunca cometeu a indelicadeza de perguntar sua idade, mas diante do fato de que ela se formou na graduação em 1965, ela já deve ter muuuuuitos anos... de puro conhecimento. Ela é um poço de conhecimento e cultura. Seu orientador de mestrado foi o Antonio Candido, um dos caras mais importantes na área de Crítica e Teoria Literária do país. Sabe aqueles estudiosos que escrevem os livros bases do seu curso, livros que todo mundo tem que ler? Aquelas pessoas importantes da ciência, que acabam virando nome de remédio, doença ou hospital? Então, ele está bem nesse nível. Ainda está vivo, firme e forte. Há uns 3 anos assisti uma palestra dele na faculdade. A palestra foi de graça - pressuponho que ele também ache que conhecimento não tem preço – mas suas palavras valeram muito, pois pudemos presenciar todo seu conhecimento, simpatia e bom humor. Ele é uma lenda viva e estava na minha lista de “pessoas que quero conhecer/ver antes de morrer”.

Na época em que tivemos aula de poesia com a Suzi, a sua filha estava muito doente, tinha pouco tempo de vida. Em uma das aulas, ela lia um poema do Alberto Caeiro. Era um poema que falava sobre a morte. Uma pessoa que estava prestes a morrer falava como a outra deveria agir quando chegasse a sua hora. No meio da leitura, ela parou e começou a chorar. E foi então que todo mundo entendeu pra que serve a poesia.

Também teve algo que aconteceu em uma outra aula. Ela falou uma coisa que deixou todo mundo completamente de boca aberta, sem ar, sem reação. Assim, sem mais nem menos, como você vira para sua mãe e fala “mãe, vou buscar pão e já volto”, ela falou “... porque no dia em que eu estava na casa do Drummond”. COMO ASSIM? Ela conhecia o Drummond? Ela ia na casa do Drummond?

Ninguém lembra o que ela falou antes disso. Nem depois. Pra ser sincera, acho que ninguém sequer lembra o tema daquela aula... Talvez vocês não saibam o que significa para um estudante de Letras ter aula com alguém que era amigo do Drummond. Bom... significa muito. Muuuuuito!

Aaah Estadão, isso é que conhecimento!

12 de julho de 2009

Conhecimento não tem preço

A nova campanha do Estadão tem um discurso bonito, mas totalmente incoerente para um jornal. O objetivo da campanha é mostrar que o jornal nos traz conhecimento, mas se você prestar atenção na definição de conhecimento proposta pela própria propaganda, verá que é justamente o contrário: de conhecimento o jornal não tem nada.

Conhecimento fica e dura para sempre. Quantas das notícias que lemos no jornal duram para sempre? Nem 1% delas. No dia seguinte, um novo crime vai acontecer e aquele, do dia anterior, será esquecido. De nada adianta saber que há 3 dias o dólar custava menos de R$2 se, hoje, ele já ultrapassou esse valor. Hoje, ninguém mais fala da gripe aviária que causou medo há anos atrás. E é esse tipo de coisa que encontramos no jornal.

Eu me lembro que, em uma das primeiras aulas da faculdade, uma professora nos falou: depois de fazer esse curso, vocês nunca mais serão os mesmos, vocês nunca mais conseguiram ouvir uma conversa sem pensar no que está por traz dela. E ela estava certa. Quando você faz uma faculdade, passa 4 anos aprendendo a construir seu próprio conhecimento e a, com ele, transformar a maneira como você vê o mundo (ou pelo menos, uma parte dele)

É muita pretensão achar que um jornal é capaz de fazer isso. É claro que tudo que lemos em jornais, revistas e internet nos ajuda a ampliar nossa visão de mundo e a gerar mais conhecimento. Mas o jornal, em si, não é "O" conhecimento, ele é apenas uma de suas fontes ... e existem milhares delas.

Com exceção de algumas poucas reportagens sobre pesquisas e acontecimentos realmente marcantes, tudo aquilo que lemos no jornal não passa de notícias, fatos e acontecimentos que serão esquecidos... muitos deles serão esquecidos no dia seguinte, quando o novo jornal chegar. Isso é informação. Conhecimento é outra coisa.

Conhecimento é aquilo que você mesmo constrói ao longo da sua vida, baseado em tudo que leu, presenciou e viveu. Conhecimento não se compra e, portanto, não tem preço.

5 de julho de 2009

Eu odeio o Google Chrome

Eu odeio o Google Chrome. ODEIO!! Ele não sabe postar no blog, programa burro. Fica tudo deformado, mal formatado, a letra fica gigante, horrível. Resultado: tive que sair do Google Chrome, abrir o Internet Explorer e postar de novo.

O que eu não entendo é... se o Google Chrome é do Google, se o Blogger.com é do Google... por MEU DEUS eles não se entendem?!?

Pessoas do Google, resolvam isso. Obrigada

Aconticido - Academia


Não sei o que me dói mais na academia:

as séries no supino articulado reto
ou a placa "Manutensão" colada na esteira.

Ai!

Atualização - 14/07/09: A placa foi corrigida!! hehehe

29 de junho de 2009

Qual é o tamanho da sua memória RAM?



Ninguém mais precisa falar que a internet revolucionou os meios de produção e propagação de informação. Podemos achar informação sobre tudo na internet. Você consegue uma ajuda pra terminar aquele trabalho de literatura, consegue descobrir quais foram os acontecimentos da sua cidade, descobre quem ganhou o último campeonato de futebol, fica sabendo qual é a programação dos cinemas da semana e até descobre tudo sobre a vida e morte do Michael Jackson.

Mas você já parou pra pensar em quanta informação é gerada na internet? Quanta informação é colocada lá, ao nosso alcance?

Até 2006, a população mundial gerou cerca de 161 bilhões de gigabytes de informação. Quer ter idéia do tamanho disso tudo? Toda essa informação equivale a (pasmem!) 3 milhões de vezes a quantidade de informações contidas em todos os livros que já foram escritos até hoje. Ou, um total de doze pilhas de livros, cada uma como 93 milhões de milhas. Com toda essa pilha de livros dá pra ir do Sol à Plutão!!!

Pense em todos os livros que você já leu na sua vida. Eu já li bastante, chutando alto (muito alto) talvez já tenha lido mil livros, contando desde os livros do passarinho verde que li na pré-escola. Com certeza, não guardei nem metade das informações as quais tive acesso nesses mil livros.

Na internet, temos acesso a um número infinitamente maior de informação e... o que fazer com tudo isso?? Com tanta informação sendo gerada diariamente, fica cada mais difícil filtrar o que devemos ler, no que devemos confiar, o que devemos guardar na nossa cabeça. Porque não adianta nada passar o dia lendo milhares de sites na internet, o seu cérebro simplesmente não tem espaço para armazenar tanto conhecimento.

É engraçado pensar que, até não muito tempo atrás, a dificuldade estava em conseguir informação. Lembro como era difícil fazer trabalho de escola, você tinha que fazer uma maratona pelas bibliotecas da cidade até encontrar os livros necessários para fazer aquela pesquisa de história. Hoje, basta dar um clique no Google Search e um mundo de informações surge na frente dos seus olhos.

Mas, surgem daí, novos problemas. Dá pra confiar no que se lê na internet? Esses dias recebi um e-mail contendo um texto sobre o acidente da Air France que, diziam, havia sido publicado na Exame. O texto era tão meloso e dramático que não seria publicado nem na Marie Claire ou na Capricho, quanto mais na Exame. O Veríssimo e o Jabor já cansaram de negar a autoria de milhares de textos que todos juram ter sido escritos por um dos dois. Isso sem contar nas milhares de informações não-verídicas divulgadas a todo momento em sites de notícias. Ontem li na internet o que seriam algumas informações do resultado da autópsia do Michael Jackson. Quando cheguei em casa e vi o jornal da TV, falaram que o resultado da autópsia só sairá daqui um mês. As pessoas inventam informação sobre tudo e jogam na rede, não respeitam nem mais a vida - e morte - dos outros.

Cabe a nós, o bom senso. Se acreditarmos em tudo que lemos na internet ou ,pior, se ficarmos maníacos atrás de informação 24 horas por dia, lendo tudo que encontramos por aqui, corremos o risco de pararmos em Plutão - sem direito a viagem de volta.


Algumas curiosidades:

O número de usuários do Orkut já ultrapassou a marca de 68 milhões (dos quais 51% são brasileiros). A cada 8 dias, 1 milhão de novos usuários ingressam no Orkut. No entanto, a popularidade do orkut vem caindo. Com o surgimento e propagação do Twitter (que hoje conta com 11 milhões de usuários), o número de adesão ao orkut vem diminuindo e muita gente, inclusive, está deletando seus perfis. A segunda maior rede social é o Facebook, que tem mais de 58 milhões de usuários e recebe cerca de 250 mil novos cadastros todos os dias

Estima-se que existem mais de 35 milhões de
blogs no mundo. A cada dia são criados 75 mil blogs (quase 1 blog por segundo) e mais de 50 mil textos são publicados por hora nos blogs.

Algumas informações desse post foram retiradas do site Arquitetura da Informação e do site da Technorati.


26 de junho de 2009

Acordo Ortográfico II


No começo do ano, eu postei um texto sobre o Acordo Ortográfico e tenho percebido que muitas pessoas chegam até o meu blog buscando informações sobre as mudanças ocorridas no português.

Estava dando uma olhada no site do Museu da Língua Portuguesa (o museu é ótimo, quem não visitou, visite!!) e encontrei uns arquivos com mais informações (confiáveis) sobre o Acordo.

O primeiro arquivo, é um tira-dúvidas. Quer saber por que o Acordo foi feito? Quais países participam? Quando as mudanças acontecerão? Então, clica aqui oh.

O outro texto é o acordo em si. O texto segue os padrões de uma lei, por isso é chato de ler. Eu encontrei uma versão melhor, mas a formalidade da escrita dificulta a leitura mesmo, mas acho que vale a pena dar pelo menos uma olhada, pra ter uma idéia sobre o que é o Acordo de fato. Ele está aqui.

No outro texto que postei sobre o acordo, tinha colocado um link com um pequeno guia sobre as mudanças, mas hoje achei um link melhor, nele fica mais fácil de ver e baixar o documento. Esse guia é bem fácil de ler e entender, está tudo bem explicado, recomendo - Guia Prático da Nova Ortografia.

Por último, recomendo o texto do wikipedia sobre o assunto. Tem muuuuita informação, nem li tudo. Dei uma olhada por cima e também é um bom texto, que expõe até alguns argumentos contra e à favor do acordo. Quando eu tiver um tempinho, vou ler todo o texto, fazer um resumão e colocar aqui. Por enquanto, fiquem com o site - Acordo no Wikipedia.

Ps: Há algumas semanas, eu (finalmente) descobri como transformar partes do texto em links. Adorei!!!! Vou enfiar mil links no meus textos. Além de ficar melhor visualmente (porque não fica aquele link grande e feio no meio do post), eu ainda estou utilizando o famoso e muito falado hiperlink, que dá ao leitor a possibilidade de construir uma leitura singular e única do texto. Mas isso, é assunto pra outro post.

24 de junho de 2009

Mais um bom projeto

Volto hoje para falar de mais um projeto, o World Community Grid.

O World Community Grid tem como objetivo ajudar a realização de pesquisas na área da saúde, como melhorias nos remédios que combatem a AIDS e o Câncer. Essas pesquisas e o desenvolvimento de novos medicamentos demandam a análise de muitos dados e toda essa análise é feita de maneira computadorizada. Na maioria dos casos, para que um banco de dados seja completamente analisado apenas pelos computadores dos centros de pesquisas, seriam necessários muitos anos, em alguns casos, milhares de anos. É aí que entra o World Community Grid. Ao se cadastrar no projeto e baixar o programa no seu computador, você começa a fazer parte dessa "rede de pesquisa" e o tempo ocioso do seu computador será usado na análise de dados de pesquisas. Ou seja, enquanto você vai almoçar ou tomar banho, o World Community Grid passa a capacidade de análise do seu computador para algum centro de pesquisa. Não me pergunte como isso é feito, porque eu não entendo quase nada de computação.

O projeto é totalmente seguro, não há o menor risco do seu computador ser infectado por vírus. A IBM é uma das desenvolvedoras e incentivadoras do projeto e todos os funcionários da empresa são incentivados a fazer parte dele. Eu tenho o World Community Grid no computador do meu trabalho e nunca tive problemas, o pc não fica mais lento e nunca pegou vírus, pode confiar. É uma maneira de fazer parte de um bom projeto sem nem mesmo sair de casa.

Quem quiser participar dessa iniciativa e ajudar os pesquisadores a melhorarem a qualidade de vida e a saúde das pessoas, é só entrar no site do projeto - World Community Grid

23 de junho de 2009

Capitu na TV II


A Rede Globo ganhou o prêmio Leão de Relações Públicas no Festival de Publicidade de Cannes pela ação Mil Casmurros, que tinha o propósito de divulgar a minissérie CAPITU.


Para quem não se lembra, o projeto Mil Casmurro foi o seguinte: o livro Dom Casmurro foi dividido em mil partes e qualquer pessoa poderia entrar no site do projeto e gravar (com webcam) a sua leitura de um trecho da obra. Era só escolher o trecho, gravar e enviar. O objetivo do projeto era gravar o livro todo.

Eu adorei o projeto. Primeiro, pela interação com o público. As novas tecnologias estão aí para diminuir cada vez mais a distância entre quem produz conhecimento e cultura (e etc) e quem consome, mas poucos meios de comunicação sabem fazer isso bem. Mil Casmurros é um ótimo exemplo de como dar ao público a oportunidade de fazer parte da obra. Segundo, porque foi uma excelente forma de divulgar o livro, a história, a literatura brasileira e, claro, a minissérie.

Além disso, a minissérie foi muito bem feita. Com exceção da atuação da Maria Fernanda Cândido (ela é linda, mas é péssima atriz), eu amei tudo na minissérie: os atores (a Capitu adolescente era ótima), o cenário, o figurino, a trilha sonora e aquela ambientação que parecia um teatro.

Veja o vídeo apresentado no Festival de Publicidade de Cannes.
Quem quiser ver os vídeos do projeto, clique aqui.
Quem quiser (re)ler o post que eu publiquei na época da minissérie, é só clicar aqui.

15 de junho de 2009

Quanta esperança


De acordo com pesquisas recentes, "
A Terra poderá entrar em rota de colisão com os planetas Mercúrio, Vênus ou Marte daqui há pelo menos 1 bilhão de anos."

Pergunta 1: alguém aqui acredita que ainda existirá Terra daqui 1 bilhão de anos? Sinceramente, do jeito que a coisa anda, a Terra vai virar pó muito antes disso.

Pergunta 2: Por que ao invés de gastar dinheiro e tempo em pesquisas tão inúteis, os cientistas não gastam a inteligência deles com coisas mais necessárias para a humanidade como ... a cura do cancêr?

11 de junho de 2009

Eu valho R$0,50


Continuando no tema dinheiro...


Essa semana fiquei sabendo de uma informação que me deixou boquiaberta.
Não sei o que vocês acham da VEJA. Eu odeio. O-D-E-I-O. Oh revistinha inútil. Não serve nem pra embrulhar peixe na feira. Eu nunca, na minha vida, consegui ler mais que uns 20% da Veja e olha que eu adoro ler!

Porque a Veja é feita assim: 60% de propaganda (de coisas caras que você nunca vai poder comprar, óbvio), 30% de notícias sobre política (traduzindo, notícias sobre casos de corrupção nunca resolvidos - nossa que novidade) e 10% de textos sobre assuntos diversos (em outras palavras, babozeira pura).

Pois bem, essa semana fiquei sabendo quanto custa cada anúncio na revista mais vendida do Brasil (sabe-lá porquê... como diz a minha mãe, "a Veja eu não assino nem se me pagarem"). Sente e prepare para segurar o queixo: um anúncio de meia página (MEIA PÁGINA) custa apenas R$154.200,00. O anúncio mais caro (2º Capa + página 3) não sai por menos de R$580.400,00!!!!


Meu Deus, como eu sou pobre!!!!


Diz a lenda, que o prédio da Editora Abril em SP (na Marginal Pinheiros) é alugado e eles pagam o aluguel apenas com o dinheiro ganho com os anúncios da Veja. Eu achava que isso era só história, mas depois de ver o valor de cada anúncio... é bem provável que seja verdade.

E mesmo ganhando toda essa fortuna para encher a revista de propaganda (e fazer você ficar virando, virando e virando página atrás de página), eles aindam cobram quase R$9 por revista!

Se quiser ver a lista de preços, clique aqui.

Se quiser se juntar àqueles que não são enrolados pelo blá-blá-blá da revista, clique aqui.

Se quiser conhecer algumas revistas interessantes (que eu adoro), é só clicar no nome da revista.
Bravo!
Língua Portuguesa
Cult


5 de junho de 2009

Quanto você vale?!

O Kaká vale R$188 milhões de reais.


Em uns dois meses de trabalho, o Tom Hanks ganha R$50 milhões.


Menos de duas horas de cantoria do Roberto Carlos não saem por menos de R$500 mil.


Alguns comerciais e meia dúzia de fotos para C&A renderam à Gisele Bundchen $5 milhões de dólares (porque na época ela era humilde, agora só recebe em Euro tá?!)


Mas, infelizmente, a vida de alguns de nós vale R$500 reais.



Mãe vende a filha por apenas R$500 reais no Pará.



19 de maio de 2009

Não vale a pena ver de novo


Estava lendo as notícias da Folha Online quando me deparei com a manchete "Professores da USP decidem greve nesta terça-feira". Quando tem greve na USP, tem greve na Unicamp. E eu não aguento mais greve!!!!!


Já perdi a conta de quantas greves enfrentei desde que entrei na Unicamp e todo ano é a mesma coisa: a greve começa com força, os pedidos dos grevistas nunca são atendidos, a greve dura mais, o pessoal vai cansando, a quantidade de pessoas que aderiram a greve diminui e, por fim, eles acabam aceitando uma proposta um pouco melhor do que a inicialmente feita, mas muito longe do que eles queriam. Aí nós, alunos, que tinhamos perdido semanas de aula, temos que nos contentar com 4 horas de reposição porque o conteúdo da disciplina estava bem adiantado ou porque o professor tem um congresso para participar e não poderá repor mais aulas.

Eu entendo que os trabalhadores precisam reivindicar seus direitos, como aumento salarial digno e melhores condições de trabalho... mas será que é realmente preciso fazer greve?! Não há outra maneira de expressar sua indignação e exigir que seus direitos sejam cumpridos?! Qual é, vocês são professores-doutores-de-sei-lá-o-quê, é impossível que ninguém tenha uma idéia melhor que a tão famigerada e banalizada greve.

Vamos a um exemplo. Na última semana, os motoristas e cobradores de Campinas decidiram fazer greve por melhoria salarial (aliás, o salário deles é uma esmola, chamar aquela miséria de salário é muita cara de pau). A greve durou 3 dias e Campinas virou um inferno. O trânsito ficou entupido, você não conseguia ir para lugar nenhum na cidade, era engarrafamento pra tudo quanto é lado. Resultado: os moradores da cidade foram prejudicados, a porcentagem de aumento oferecida (e aceita) não era nem metade do que os motoristas/cobradores reivindicavam e as empresas de ônibus tiveram um prejuízo de R$2,4 milhões.

O que eu teria feito: no lugar da greve, faria um "abre-catraca". Saíria por Campinas com todos (TODOS) ônibus circulando com catraca livre. A população (ao invés de jogar praga nos grevistas porque perdeu o dia de emprego) ia adorar, porque todo mundo ia andar de ônibus de graça. As empresas de ônibus iam odiar, porque o prejuízo ia ser muito (muuuuito) maior, imagine todos os ônibus circulando sem cobrar 1 centavo? Muito provavelmente, o acordo teria sido feito muito antes e acho até que a proposta de aumento poderia ser maior, afinal as empresas precisariam fazer um acordo logo, pois ninguém ia querer ônibus andando de graça por mais um dia.

As pessoas já conseguem fazer transplante facial, clonar bicho... já passou da hora dos sindicatos encontrarem maneiras alternativas de reivindicação, com menos sofrimento e mais sucesso que a greve.


Saiba mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u568048.shtml

Atualização (20/05): Professores da USP deliberaram paralisação dia 25/05.
http://www.adusp.org.br/noticias/expresso/boletim_129/index.html

17 de maio de 2009

Você tem orkut? Quer ser meu amigo?

Sábado eu estava vendo um programa na TV. Era um programa sobre uma academia de ginástica especializada no atendimento de obesos. O programa parece ser um reality show, mas é tudo tão certinho... enfim, o programa é meio besta mas tratou de um tema importante.

A dona da academia percebeu que a vida (e a saúde) dos alunos da academia não estava melhorando, muitos tinham, inclusive, engordado nos últimos meses, por isso resolveu fazer um retiro com eles e os professores. Ela levou uma terapeuta especialista em distúrbios alimentares que perguntou sobre o passado das pessoas, sobre o que elas tinham vivido até então. Todos eles haviam passado por algum trauma na vida: uma havia sido demitida do emprego dos sonhos, o pai de outra se suicidou quando ela tinha 15 anos... Todos tinham problemas pessoais e descontaram a raiva e a tristeza na comida.

É fato que a população mundial está cada vez mais acima do peso e o número de obesos não pára de crescer. Acredita-se que os grandes vilões da saúde são uma alimentação cada vez mais rica em gordura e açúcar e uma vida cada vez mais sedentária. Isso, com certeza, é verdade, mas eu acrescentaria um terceiro vilão: a solidão.

O discurso de que a tecnologia está encurtando distâncias e aproximando as pessoas só ajuda a encobrir o fato de que nunca existiram tantas pessoas solitárias pelo mundo. Muitas vezes você passa por um momento difícil e tudo que você precisa fazer é conversar com alguém, desabafar, livrar-se desse peso todo. Mas conversar com quem? Muitos país não ligam para os filhos (e vice-versa), muita gente não tem contato algum com primos e tios e as amizades verdadeiras estão entrando em extinção.

Por causa disso, formas de comunicação virtual se multiplicam tanto. As pessoas passam o dia todo desabafando e falando sobre sua vida no twitter porque elas não têm pra quem ligar, não têm com quem comemorar a promoção ou celebrar o fim da faculdade. As pessoas parecem estar implorando por atenção, carinho e companhia, porque elas simplesmente não têm alguém que se importe com elas.

Eu sinto muito por isso tudo. Eu sempre faço o possível para manter o contato com as pessoas, mas, às vezes, não dá. Você liga e a pessoa nunca atende. Quando atende, você a convida para ir a sua casa, sair, fazer qualquer coisa e... ela nunca pode, nunca dá. Você leva cano, é ignorado. E aí cansa. É triste aceitar, mas a grande maioria das pessoas só se importam com elas mesmas. E ponto. Não há mais consideração, empatia, preocupação.

Felizmente ainda existem algumas poucas pessoas sensíveis e companheiras no mundo. Se você conhece alguém assim, não perca a oportunidade de tê-la como amiga. Se você não conhece, seja essa pessoa para alguém.

15 de maio de 2009

Onde o hífen foi parar?

Para você que, assim como eu, não faz idéia onde foi parar o hífen depois da Nova Reforma Ortográfica, aí vai uma dica: o site www.ortografa.com.br

Você entra no site, digita a palavra do jeito que costuma escrever, clica em ORTOGRAFA e a nova ortografia da palavra aparece.

A lista de palavras do site está em constante atualização, por isso se você procurar uma palavra e não encontrá-la lá, avise o desenvolvedor.

Eu fiz alguns testes e deu certo.





2 de maio de 2009

É preciso ser normal?


Uma amiga me disse que não gostaria de trabalhar com afásicos porque é triste demais.

Afásico é uma pessoa que tem afasia. Explicando (resumidamente) afasia é a perda e/ou alteração da linguagem, produzida por lesões cerebrais como derrames, AVC, tumores e acidentes. A afasia se manifesta diferentemente de pessoa pra pessoa, de acordo com o tipo e local da lesão. Algumas pessoas têm dificuldade de articular bem as palavras, outras perdem a capacidade de traduzir conceitos em palavras ou têm dificuldade de reconhecimento (a pessoa não consegue entender direito o que os outros falam, porque não reconhecem as palavras). Algumas adquirem problemas pragmáticos (tornam-se agressivas ou falam coisas inadequadas e palavrões/ofensas o tempo todo). Outras têm problema de percepção da sua própria fala (a pessoa acha que está conversando normalmente mas, no fundo, está produzindo um amontoado de sons ou palavras que não fazem sentido algum). E há, ainda, aquelas que perdem totalmente a linguagem. Todas elas apresentam dificuldades tanto na fala quanto na escrita, porque a afasia faz com que a pessoa perca a capacidade de traduzir o comando cerebral (as idéias, palavras e sons dentro do seu cerébro) em linguagem, seja ela escrita ou oral.

Há algum tempo eu venho participando das sessões do CCA. O CCA é coordenado pelas professoras de Neurolínguística do IEL e tem como objetivo ser um lugar onde os afásicos sejam estimulados a voltar a falar e criar outras formas de comunicação. A atividade da última sessão do CCA era relacionada a esse último objetivo: brincar de mímicas.

Os afásicos foram dividos em 2 grupos, uma pessoa de cada grupo sorteava um papel com a mímica a ser feita e o outro grupo tinha que adivinhar. Todos participaram, inclusive aqueles que tinham afasias muito severas, como um senhor que não fala uma palavra sequer. Muitos deles também tem problemas físicos (tem algum lado do corpo paralisado, andam de muleta ou cadeira de roda), o que traz limitações e dificulta as mímicas.

Todos se saíram muito bem. As mímicas eram muito criativas, significativas e inteligentes (eu não teria pensado na maioria delas). E eles são ótimos adivinhadores de mímicas, não erraram uma sequer! É como se, ao perder parte da linguagem, eles desenvolvessem melhor outros meios de comunicação, expressão e percepção. Eles adoraram a brincadeira, se divertiram e todos nós rimos muito.


Onde eu quero chegar com tudo isso?


Nós todos temos a ilusão (muito inocente) de que é preciso ser normal para ser feliz. Temos a crença prepotente de que somos muitos mais felizes do que as pessoas que têm algum tipo de deficiência ou limitação. Afinal, como alguém pode ser feliz sem uma perna, sem poder falar, ver ou ouvir?

No entanto, conheço muitas pessoas "normais", e que pensam beirar a perfeição, que não sabem ser feliz, nem se divertir. Precisam de rios de dinheiro ou de programas extraordinário para dar um sorriso, enquanto os não-normais se divertiram e riram muito com uma simples brincadeira de mímica.

Ser feliz não é uma condição, é uma opção. Muitos daqueles afásicos poderiam ter morrido por causa do AVC ou do acidente. Ao saírem vivos, se depararam com dois caminhos: 1) tornarem-se vítimas da própria condição e passarem o resto da vida cercados de tristeza, pessimismo, lamentações e infelicidade ou 2) serem felizes.

Os atletas medalístas das Pára-Olímpiadas sentiram uma felicidade que muitos de nós jamais saberá como é. O mesmo aconteceu com muitos artistas que driblaram suas limitações e se tornaram consagrados. A história está cheia de exemplos de pessoas com deficiência que alcançaram o reconhecimento e a felicidade.

Não ter problemas (seja lá que problema for) não faz ninguém mais feliz. Nem menos feliz.


Aqueles afásicos são mais felizes que muitos de nós.


...

Saiba mais sobre afasia:


Siglas:
CCA - Centro de Convivência de Afásicos
IEL - Instituto de Estudos da Linguagem


1 de maio de 2009

Eu sinto felicidade alheia


Já era pra eu ter publicado esse post há tempos. Mas eu estava meio sem tempo
meio atarefada
e com muita preguiça.

...

No dia em que minha professora de português da escola soube que eu passei na Unicamp, ela chorou.

Eu estudei a vida inteira em escola pública. Na porcaria-quase-inútil escola pública brasileira. Quando eu decidi que ia prestar vestibular, tive que me matar de estudar. Porque, pra quem estuda em escola pública, prestar vestibular de uma universidade pública não é um próximo passo certo. É uma decisão mesmo, porque você sabe que suas chances de passar são mínimas e para torná-las um pouco maiores (ou não tão pequenas) você precisa se esforçar muito. Eu passei 5 meses estudando. E só. Eu ia para escola de manhã, voltava, almoçava e ia para o cursinho. Chegava em casa às 19h, tomava banho, jantava e estudava até às 23h, pelo menos. No sábado, eu estudava. No domingo, eu estudava. Eu estudei em todos os feriados do segundo semestre de 2002, no dia do meu aniversário, na véspera de Natal e no Ano Novo eu estudei depois das 15h. Como resultado, ganhei uma doença que ninguém descobriu o que era e me deixou de cama por 5 dias. Na semana antes do vestibular. Eu fiquei tão ruim, que mal conseguia andar do quarto pra sala, era uma fraqueza enorme e a única coisa que eu fiz nesses dias foi ficar deitada no sofá. Lendo os livros da prova de literatura.

Mesmo tendo me esforçado e estudado muito, eu acreditava que não iria passar. Acho que metade das coisas que eu vi no cursinho, eu nunca tinha visto em toda a minha vida, nem fazia idéia do que era, tive que aprender do zero.

Não acreditei quando vi meu nome na lista de espera. E, depois da espera naquela terça-feira (era terça?), não acreditei quando vi meu nome na lista de matrícula da segunda chamada.

Em 2006 e 2007 eu dei aula na mesma escola pública que estudei, no período noturno. Dentre o grande números de imbecis-desinteressados-inúteis, tinha um aluno que também queria estudar na Unicamp. Ele era inteligente e dedicado e me doía vê-lo ali, no meio de tanta falta de possibilidades.

Uma semana depois do começo das aulas, enquanto eu esperava minha aula começar, eu o vi saindo de uma das salas do IEL. Eu tenho certeza que senti o mesmo que minha professora sentiu no dia em que ficou sabendo que eu passsei na Unicamp e chorou. Eu tenho certeza que pensei o mesmo que ela pensou e a fez chorar. Ainda bem que as pessoas ainda continuam quebrando aquele maldito círculo vicioso.

Eu dedico esse post a todos os bons professores que tive. Àqueles que me abriram os olhos. Àqueles que abriram mão do fim de semana para me dar aulas (de graça) nos dias quentes de novembro. Àqueles que me fizeram a acreditar em mim mesma. E as minhas amigas da escola que, assim como eu, penaram muito mas também conseguiram uma vaga na Unicamp (Kêy, boa sorte no mestrado. Layne, boa sorte no seu fim de curso). Que mais gente consiga romper o círculo.

25 de março de 2009

Primeiro Festival Internacional de Leitura de Campinas


Para quem não sabe, Campinas agora terá um Festival de Leitura. A primeira edição será realizada em abril, do dia 18 ao 26, na Estação Guanabara. O homenageado do evento é Monteiro Lobato.

O Festival terá Mesas Literárias, Contação de Histórias, Peças Teatrais, Shows, Encontro com Autores, entre outras atividades.

A programação já está disponível no site. Recomendo a Mesa Literária do dia 22/abril que contará com a participação de dois professores que tive na faculdade, o Alcir Pécora e o Paulo Franchetti. No dia 24, um dos autores convidados é o Moacyr Scliar. No encerramento, dia 26, haverá um show com o Toquinho e a Orquestra Sinfônica de Campinas (os outros shows ainda não foram divulgados).

Mais informações no site http://www.filc.com.br/prog.html

20 de março de 2009

Conheça - Adriana Lisboa (parte II)


"Destino impiedoso -
Virar broto de bambu
Era seu fim."
Basho


A Adriana Lisboa é uma escritora tão adorável, que merece um segundo post. Sua escrita é sempre sensível, poética e carregada de significados. Sempre que eu leio um livro, gosto de assinalar os trechos que mais gosto, aquelas frases que você quer poder encontrar depois, pra dizer a alguém. Quando leio os livros da Adriana Lisboa, tenho vontade de assinalar o livro todo.


Acabei de ler um outro livro seu, Rakushisha. Esse livro merece atenção especial, ele é o resultado da pesquisa de doutorado da escritora. Ao invés de escrever uma tese, que seria colocada na estante da biblioteca da faculdade e, quem sabe, um dia seria lida por umas poucas pessoas, ela escreveu uma obra de ficção. É no limite entre ficção e realidade, que Adriana Lisboa nos traz o resultado da sua pesquisa sobre a cultura japonesa, o escritor Basho do século XVII e seus haikais.

Merece ser lido por quem gosta de conhecer outras culturas, gosta de haikai e, especialmente, de uma escrita poética, tocante e significativa.



"Gosto dessa familiaridade da estranheza, de que de repente me dou conta. Gosto de me sentir assim alheada, alguém que não pertence, que não entende, que não fala. De ocupar um lugar que parece não existir. Como se eu não fosse de carne e osso, mas só uma impressão, mas só um sonho, como seu eu fosse feita de flores e papéis e um tsuru de origami e o eco do salto de uma rã dentro de um velho poço ou o eco dos saltos de uma mulher na calçada e as evocações de Sei Shonagon e de Basho, séculos depois.

Qual é o lugar que ocupo no mundo? Tem nome, esse lugar? Tem dimensões? Altura, largura, profundidade? Será um som, apenas, ou um gesto, ou um cheiro, ou uma possibilidade nunca explorada? O contrário do som. O contrário de um gesto - imobilidade, potencialidade. Desistência?"

A. Lisboa. Rakushisha, p.89


18 de março de 2009

Doação de órgãos


Hoje o Jornal da EPTV (afiliada TV Globo da região de Campinas) completou 30 anos e fez uma edição especial sobre Transplante e Doação de Órgãos.


Eu sou completamente à favor da doação de órgãos.

Acho um egoísmo inaceitável a família se negar a doar os órgãos de um parente falecido. Eu concordo que a perda de alguém é algo triste e decidir pela doação de órgãos, num momento assim, deve ser mesmo complicado, especialmente porque são as vítimas de acidentes e derrame os maiores doadores de órgãos em potencial, ou seja, pessoas que morreram de forma inesperada e deixaram todos chocados. É difícil tomar uma decisão tão séria em um momento de grande abalo psicológico.

Mas também é díficil saber que seu amigo ou familiar poderia te sobrevivido se tivesse encontrado um órgão no dia anterior. É difícil saber que a vida de alguém que você ama e estima está na mão dos outros, na espera de que outras pessoas - que você sequer conhece - tenham um ato de consciência social.

É nisso que acredito. Doar órgãos é mais que um ato de solidariedade, é um ato de consciência. É preciso ter consciência que ao dizer NÃO à doação órgãos, você se torna cúmplice da morte de outra pessoa. Isso é duro, mas é verdade. Se um órgão que você doa pode salvar a vida de uma pessoa (ou várias), deixar de doá-lo é uma atitude tão cruel quanto dar um tiro em alguém. Deixar de salvar a vida de outras pessoas para manter os órgãos dentro de um corpo que logo será consumido é egoísmo puro, é falta de consciência e de amor ao próximo, é negar o fato de que todos nós temos um pouco de responsabilidade sobre a vida e a morte dos outros.

A reportagem da EPTV terminou com uma mensagem com a qual concordo: quem doa órgãos troca a dor da perda de um ente querido pela felicidade de dar a outras pessoas a oportunidade de continuar vivendo.


6 de março de 2009

Amanhã minha irmã vai estar no Altas Horas


Genteeee... Amanhã minha irmã vai estar no Altas Horas!!!! Ela toca saxofone na banda sinfônica SOPRA MULHERES.

Eu fui lá assistir a gravação ontem. Foi bem legal!! O pessoal da produção é muito legal, todo mundo é muito gente boa, fomos muito bem tratadas e nos divertimos muito, especialmente durante as conversas com os maquiadores nos bastidores, atrás do cenário... só risada! Cheguei em casa morta, às 21h30.

As mulheres da banda Altas Horas são lindas e super simpáticas, conversaram com todo mundo e tiraram várias fotos! O Serginho não foi muito simpático, nem conversou com as meninas da banda! Eu tirei uma foto com ele, mas a foto SUMIU da máquina! Não sei o que aconteceu, mas várias fotos se auto-apagaram =/

O programa vai ao ar amanhã de madrugada na Globo (acho que começa às 1h30) e domingo às 21h no Multishow!

bjo

2 de março de 2009

Eu prefiro as palavras

Todo mundo já deve ter ouvido a máxima “Uma imagem vale mais que mil palavras”. Ultimamente, tenho discordado.

Eu sou uma pessoa meio desatualizada quando o assunto é cinema, porque quase sempre eu acabo esperando os filmes serem lançados em DVD, para poder assisti-los em casa. Quando o filme é uma adaptação de um livro, eu sempre leio o livro antes e por isso acabo vendo o filme só muito tempo depois de ter passado no cinema.

Ontem eu assisti O Caçador de Pipas. Já faz um bom tempo que li o livro, mas ainda não tinha tido coragem de ver o filme. O livro é pesado demais, é sofrido. Acreditando que uma imagem vale mais que mil palavras, pensei que assistir o filme seria ainda mais doloroso. Mas não foi.

O filme, nem de longe, consegue retratar e transmitir todo o sofrimento e dor de Amir, o personagem principal. No filme, ele é apenas um menino que abandonou e maltratou seu melhor amigo. No livro, ele é muito mais que isso. É uma criança que sofre pela sua falta de coragem, pela sua falta de amor e compaixão. Ele sofre por não ter o amor do pai e por não conseguir amar o amigo tanto quanto ele o amava. Ele era fraco, desumano e sofria muito por isso, porque simplesmente não conseguia ser melhor. Faltava coragem.

No livro, ele vai fundo e fala sobre seus sentimentos, sobre todo seu sofrimento. Não é fácil transmitir tudo isso em um filme, mesmo que se tenha roteirista, diretor e atores muito bons. É difícil mostrar com imagens o que se passa dentro das pessoas, pois a palavras transmitem melhor o que há dentro de nós.

No começo do ano, li o Ensaio sobre a cegueira. Esse livro é ainda mais sofrido e angustiante, por isso resistia em ver o filme. Depois de ontem, acho que vou ficar só com o livro mesmo.

19 de fevereiro de 2009

Um pouco de Saramago


Para aqueles que não sabem, José Saramago tem um blog (http://caderno.josesaramago.org).


O texto abaixo é um dos posts que ele publicou esse mês. Faço minhas as palavras dele e para colocá-los no clima do post...


Durante um daqueles almoços que reúnem a família,
um homem abre a boca "Porque eu já avisei, quando a gente casar,
ela saí do emprego. Porque mulher minha não trabalha".

O fato não ocorreu na década de 30 do último século,
mas sim no ano passado. E o casamento dos dois já foi marcado.


Maus tratos

By José Saramago

Sou em geral conhecido como pessimista. Ao contrário do que alguma vez possa ter parecido, dada a insistência com que afirmo o meu radical cepticismo sobre a possibilidade de qualquer melhoria efectiva e substancial da espécie dentro do que em tempos não muito distantes se chamou progresso moral, preferiria ser optimista, mesmo que fosse apenas por ainda conservar a esperança de que o sol, por ter nascido todos os dias até hoje, nasça também amanhã. Nascerá, mas lá chegará também o dia em que ele se acabe. O motivo destas reflexões de abertura é o mau trato conjugal ou paraconjugal, a insana perseguição da mulher pelo homem, seja ele marido, noivo ou amante. A mulher, historicamente submetida ao poder masculino, foi reduzida a algo sem mais préstimo que o de ser criada do homem e simples restauradora da sua força de trabalho, e, mesmo agora, quando a vemos por toda a parte, liberta de algumas ataduras, exercer actividades que a vaidade masculina presumia de exclusivas do varão, parece que não queremos dar-nos conta de que a esmagadora maioria das mulheres continua a viver num sistema de relações pouco menos que medievais. São espancadas, brutalizadas sexualmente, escravizadas por tradições, costumes e obrigações que elas não escolheram e que continuam a mantê-las submetidas à tirania masculina. E, quando chega a hora, matam-nas.

A escola finge ignorar esta realidade, o que não pode surpreender se pensarmos que a capacidade formativa do ensino se encontra reduzida ao zero absoluto. A família, lugar por excelência de todas as contradições, ninho perfeito de egoísmos, empresa em falência permanente, está a viver a mais grave crise de toda a sua história. Os Estados partem do exacto princípio de que todos teremos de morrer e de que as mulheres não poderiam ser excepção. Para algumas imaginações delirantes, morrer às mãos do esposo, do noivo ou do amante, a tiro ou à facada, talvez seja mesmo a maior prova de amor mútuo, ele matando, ela morrendo. Às negruras da mente humana tudo é possível.

Que fazer? Outros o saberão embora não o tenham dito. Uma vez que a delicada sociedade em que vivemos se escandalizaria com medidas de exclusão social permanente para este tipo de crimes, ao menos que se agravem até ao máximo as penas de prisão, excluindo decisivamente as reduções de pena por bom comportamento. Por bom comportamento, por favor, não me façam rir.

Fonte: http://caderno.josesaramago.org/2009/02/16/maus-tratos/