29 de dezembro de 2007

Aprenda a fazer um ano melhor

RECEITA DE ANO NOVO
Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

28 de dezembro de 2007

Comunicado

A Aline tirou uns dias de férias e deixou seu eu-lírico no lugar. Essa é uma oportunidade de você colocar em prática aqueles conceitos que aprendeu na aula de literatura... você ainda se lembra do eu-lírico, certo?!

Qualquer semelhança dos dois últimos textos (e de alguns que ainda virão) com a realidade, terá sido mera coincidência.

Pra finalizar, Vinícius de Moraes.

“A vida é a arte do encontro
embora haja tanto desencontro pela vida”

26 de dezembro de 2007

As coisas... as coisas são assim

Ele voltou pra casa com o buquê de tulipas na mão. Tinham custado uma fortuna, mas eram as flores preferidas dela. Naquele jantar, precisava levar algo que realmente a agradecesse. Depois de tantos meses separados, esperava ansiosamente pelo reencontro, seria inesquecível. E foi.

Depois de algum tempo de relacionamento, você adivinha os pensamentos do outro só pelo seu olhar, pelo levantar de sobrancelhas. Ela chegou antes, o esperava na mesa do canto, batendo os dedos ansiosamente no prato sobre a mesa. Ele se aproximou e sentiu falta do cumprimento acalorado, do abraço demorado. Nem sequer um beijo, recebeu apenas um "Oi, que saudades". Antes mesmo que perguntasse o que havia acontecido, ela disse que não havia necessidade de pedir a comida, pois precisava falar logo o que tinha pra falar.

E foi assim, de sopetão, que ela contou que estava tudo acabado. As coisas são assim. Num dia qualquer, sem nada de especial, ela conheceu outro, se apaixonou e descobriu que esse, sim, era seu amor de verdade. Pelo menos ela o havia poupado do clichê "No coração não se manda".

Ela foi embora. Ficaram ele e o buquê de tulipas. Ficaram por horas. O restaurante fechava quando ele se deu conta do que havia ocorrido. Tinha sido trocado pelo cara que ela conheceu no ponto de ônibus.

Sempre pensou que num momento como esse teria uma raiva e uma coragem tão grande que iria atrás do cara, o mataria ou ao menos o daria uma bela surra. Mas a única coisa que teve foi uma crise de choro repentina. Chorou. Chorou como não chorava desde que tinha uns 5 anos.

Trancado no quarto desde que chegou, só resolveu sair quando, já quase na hora do almoço, ouviu a mãe gritar da sala que tinha visita pra ele. Abriu a porta e ela veio correndo. Era Ana, sua amiga de tempos que estava de volta depois dos 4 anos de faculdade. Ela lhe deu um abraço demorado e pegou uma das tulipas caída no chão.

25 de dezembro de 2007

Qual é a sua história de Natal?

Era quase véspera de Natal.

Ela foi ao centro da cidade para comprar os dois últimos presentes e também uma boneca para uma criança carente que, no dia anterior, tinha ficado sem presente na festa da Igreja. Voltava feliz por ter comprado uma daquelas bonecas que parecem um bebê, que ela tanto adorava quando era criança. Tinha comprado uma boneca bem grande, linda.

Na volta pra casa, enquanto esperava o ônibus, uma menina de uns 7 anos se aproximou, toda maltrapilho, suja e descabelada, pedindo dinheiro. Embora fosse um pouco contrária à essa história de dar dinheiro, deu R$2.

Já dentro do ônibus, avistou do outro lado da rua aquela menina, com o pai e mais 4 crianças, que deveriam ser seus irmãos. Dois estavam descalços e um deles era uma criança que não devia ter 2 anos. Uma menininha. Descalça. Naquela rua suja, no asfalto quente. Na quase véspera de Natal. Aquilo lhe cortou o coração.

E então ela percebeu que não importa quantas bonecas ela compre, ela simplesmente não vai mudar o mundo.

14 de dezembro de 2007

Por que será que é assim?


Eu fui ler meus posts e só então reparei que boa parte deles são depressivos... aí me lembrei também que boa parte dos posts dos meus amigos, em seus blogs, também são deprimentes ou tristes.

Por que será que é assim?

Por que será que quando a gente pára pra escrever, sai tanta tristeza... melancolia? Por que será que os blogs são todos meio assim... Baudelaire, meio fase ultra-romântica do Romantismo do século passado?

Por mais que eu queira escrever sobre algo legal.. animado... engraçado, não consigo. E eu nao costumo ser uma pessoa deprimente. Quem me conhece sabe que ao meu lado é muito mais fácil rir do que chorar (hehehe).

Aí pensei bem e vi que, no fundo, a gente só escreve quando tá triste, quando precisa desabafar, por algo pra fora, tirar aquela coisa entalada na garganta.

Quando a gente tá feliz, contente, pra cima... a gente vai passear, vai pra balada, sai com amigos... vai se divertir! Ninguém senta na frente do pc num momento de felicidade pra perder tempo escrevendo no blog, certo?!

Então é por isso que as coisas são assim... pelo menos eu acho que é isso.

O bom é que assim você descobre que todo mundo tem dias ou momentos de tristeza! Todo mundo tem dúvidas, angústias, insegurança, vontade de sumir do mundo, vontade de matar todo mundo, surtos depressivos!

TODO MUNDO!

Tem até gente surtada o suficiente pra postar dois textos no mesmo dia...
Vai entender...

=)

Você tem medo do quê?


Não sei como você se sente em relação a isso, mas me dá medo... quase sempre me dá medo envelhecer.

Os dias vão passando assim, um a um, a gente quase não percebe... vai um dia, outro e mais outro e mais outro... e quando você vê, milhares de dias já se passaram e, junto deles, tudo aquilo que você viveu. Parece que tudo foi tão recente, mas quando você pára pra pensar... Já fazem 11 anos que você parou de brincar de boneca. A sua formatura do 3º ano (aquela, que você rezou tanto pra chegar) foi há 5 anos atrás. Já fazem 5 anos que você estava estudando pro vestibular. Já fazem 5 anos que você passou no vestibular. Você já até terminou a faculdade. Há 1 ano!


Não parece que tudo isso foi ontem?


Eu ainda me lembro do dia em que fiquei até as 22h brincando de Barbie com a minha prima e a minha irmã. Eu tinha uma Barbie loira e um trailer cor-de-rosa. Ainda me lembro das “aventuras” da escola, das brigas, das confraternizações de fim de ano. Me lembro do discurso de despedida lido na colação do 3º ano, da festa, das desilusões. Me lembro das noites e dos fins de semana que passei estudando pro vestibular, me lembro de como chorei (de alívio ou desespero, sabe-se lá) depois do 4º dia de prova da segunda fase. Me lembro da tristeza que dá ver o nome na lista de espera. Espera. Me lembro da espera naquela segunda-feira (era segunda?)... eu, meu pai, aquele monte de gente e um pseudo-ator fazendo a gente rir (ainda bem que existem pessoas que fazem a gente rir – de graça – em momentos assim). Me lembro de ver meu nome ali, nos aprovados. Mais espera, fila, papelada, tinta na cara. Me lembro do confuso primeiro semestre, das conversas na arcádia, de todos aqueles livros, de todos aqueles xerox, do Saussure, da primeira festa universitária.


E quando vi, lá estava eu ... na formatura da faculdade!!!

Quando você vê, já está trabalhando, já tem vida de gente grande.


Sua priminha mais nova já tem 14 anos. Seus primos estão noivos. Várias amigas suas já se casaram. E você agradece por não ter sido convidada pra ser madrinha de nenhuma delas, porque isso seria assinar seu atestado de adultice. Não que eu queria ser Peter Pan, mas às vezes dá medo que o tempo passe rápido demais, tão rápido, que não dê tempo de fazer tudo que eu queira fazer.

Por isso, eu acho que aprendi a sempre arrumar um jeito de fazer as coisas que quero, mesmo que isso me dê algum probleminha ou me atrapalhe de alguma forma. É que vale a pena se sacrificar um pouco pra ser um pouco mais feliz. Porque quando o tempo passar de verdade... quando eu estiver velhinha, com cabelos brancos, a pele enrugadinha, andando devagar, talvez nem ouvindo tão bem... talvez meia lé-lé... Eu quero olhar para trás e sentir saudades ... e não arrependimento por não ter sido feliz. Nem um pouco.

5 de dezembro de 2007

Lembre-se você também


Às vezes eu acordo assim
meio desanimada... com vontade de nada

Mas aí eu me lembro dos dias de sol
das férias
da praia
de correr na areia com meu pai até fazer um caminho fundo
de quando eu era criança e abria os presentes na manhã de Natal
de brincar de Barbie até as 22h
da minha vó contando seus ditados
do meu vô rindo daquilo que ele nem entende
das brincadeiras na rua
de todo mundo na piscina de plástico de 1000L no churrasco de domingo
das aventuras no terreno baldio
de atormentar os professores
de fazer nada e me divetir muito com meus primos
das gincanas na escola
dos dias de chuva sem aula
das festas surpresas
da 6ª série C
do brigadeiro de colher na casa das amigas
de risada de criança
de quando a minha calça nova me serviu de novo
de festa de formatura
de batatinha de casamento
do meu cabelo quando fica como eu quero
dos elogios recebidos
dos 10 nas provas
da aprovaçao no vestibular
das festas da facul
da arrumação pras Festas Bregas
das conversas no MSN
de todos livros bons que eu já li
das baladas
da Lulu
das viagens
dos ENEJs
dos comentários pós-festas até de madrugada


e aí...

aaaaaaaaah...
me dá vontade de TUDO!

27 de novembro de 2007

Talvez o mundo ainda tenha jeito


Todo dia com certeza você ouve pelo menos alguém dizer coisas como “Ah, o mundo não tem mais jeito não”, “as coisas vão ficar cada dia pior”, “não dá mais pra confiar nas pessoas”, “as pessoas não se importam mais umas com as outras”... blá... blá... blá... e aí, quando você percebe, está repetindo tudo isso. Eu estava repetindo tudo isso. Algumas coisas aconteceram e eu fiquei realmente decepcionada e desanimada com as pessoas. Porque eu olhava pro lado e via um monte de gente egoísta, invejosa, não-confiável, canalha, hipócrita, falsa... E eu acreditava nessas pessoas e não esperava encontrar nelas tanta coisa ruim. Mas aí me aconteceu algo ontem que me fez pensar que, talvez, ainda existam pessoas boas no mundo.

Eu fui ao médico, tirei sangue e, só pra variar, passei mal. Eu estava sozinha na fila da lanchonete, ia comprar pão e suco quando minha pressão caiu, me deu uma tontura, o mundo começou a girar e, com certeza, eu fiquei pálida como um fantasma. Então, uma senhora veio perguntar se eu estava passando mal, me ajudou a sentar, ficou na fila pra comprar minha comida, depois ficou na fila pra pegar a comida e ficou muito preocupada.

Aí, você pára e pensa: talvez ainda dê pra acreditar nas pessoas.

Sempre que alguém faz alguma cachorrice pra mim, prometo que vou me afastar da pessoa pra sempre. Mas aí meu coração mole me impede de cumprir a promessa. Eu não consigo ter raiva das pessoas... Sempre resolvo dar uma segunda chance... Talvez, eu pareça uma otária por isso. Mas não acredito que seja. A raiva só faz mal a nós mesmo e eu acho que não vale a pena perder tempo cultivando algo negativo quando se tem tanta coisa boa pra fazer.

Quando você recebe ajuda de uma pessoa que não te conhece, que nunca te viu, você percebe que ainda existem pessoas boas no mundo, pessoas que se preocupam com os outros, que tem algo mais no coração além de ganancia e maldade.

E quando você conhece alguém assim, começa a pensar que talvez ainda valha a pena ter a esperança de que as coisas vão melhorar. Começa a pensar que talvez a gente ainda consiga acabar com o efeito estufa, com as queimadas, com a pirataria, com a corrupção, com o tráfico de drogas, com as crianças de rua. Talvez as jovens não sejam mais mortas pelos ex-namorados, os pais não sejam mortos pelos filhos, as empregadas nao apanhem de mauricinhos, recém-nascidos não sejam mais jogados na rua pelas mães. Talvez não hajam mais estupros, assaltos, espacamentos, latrocínios, sequestros.

Talvez,
o mundo ainda tenha jeito.

16 de novembro de 2007

Vire do lado do avesso


Às vezes a vida da gente parece do avesso.
É sempre assim... quando você acha que vai ter uma semana ótima e feliz, fica doente e passa o feriado em casa, de cama! Quando acha que tinha tudo pra ser um desastre, se divirte como nunca.
Quando acha que foi bem na prova, vai mal. Quando tem certeza que errou metade da prova, tira 10.
Quando não tem dinheiro pra nada, acha aquela calça (sapato, blusa, enfim) dos seus sonhos, numa promoção! Quando está com o bolso cheio de dinheiro, anda em todas as lojas do centro de Campinas e em todas as lojas de todos os shoppings atrás de uma simples jaqueta jeans e não acha.
Às vezes você passas horas se arrumando pra ir pra balada, coloca sua roupa mais linda, faz a maquiagem mais perfeita, seu cabelo parece de propaganda de shampoo ... e quando você tá na balada, nenhum ser sequer olha na sua cara. Você não recebe um sorriso nem do bêbado na fila do caixa ou do barman. Aí... naquele dia que você saí correndo, sem tempo de se arrumar, com sua calça jeans velha, uma blusinha básica, faz o maior sucesso!
Naquele fim de semana que você não tem nada, absolutamente nada pra fazer, chove o tempo todo! Aí, quando você tem dez mil provas e trocentros trabalhos pra entregar na semana seguinte, faz aquele sol e você sequer tem tempo de entrar na piscina.
Quando você quer muito uma coisa, ela não acontece. Quando você não quer, ela vem. Se você pensa positivo sobre algo, acontece justamente o contrário. Quando você nem se preocupa e nem pensa no assunto, tudo acontece do jeitinho que você queria.
Aí você acaba percebendo que as coisas acontecem independente de você. Não que elas aconteçam sem você, mas elas não são influenciadas pelos seus pensamentos, planos ou sorte. Isso é balela! Elas acontecem simplesmente porque iam acontecer... é claro que você pode dar aquela forcinha, cooperar, facilitar um pouco, afinal não há felicidade que alcance pessoas fechadas, isoladas e mal-amadas... mas você não pode mudar tudo. Até porque quando você muda (como passando aquela maquiagem) pode nem ajudar, ou nem fazer diferença.

12 de novembro de 2007

Sabe o tempo...



Não sei se você já parou pra pensar, mas o tempo é uma coisa estranha, estranhamente bizarra. Você já deve ter tido a impressão que o tempo nem sempre é o mesmo, nem sempre passa do mesmo jeito.

Quando eu era criança, tinha uma noção muito diferente de tempo e de idade. Eu olhava as meninas de 15 anos e as achava super moças. Quando respondia aqueles cadernos de perguntas (lembra? Você também tinha um?) escrevia que pretendia me casar aos 22. Quando olhava o tio da minha mãe, beirando seus 45 anos, achava ele um velho coroca. Hoje, quando eu vejo uma adolescente de 15 anos é como se visse um bebê usando fraldas. Meus pais já têm quase 50 e não vejo velhice neles. Muito menos me acho adulta o suficiente para ser casada.

É como se o tempo não fosse uma coisa do mundo, mas das pessoas e estivesse relacionado com seus sentimentos e momentos de vida. Quem nunca viu o tempo passar mais rápido naquela festa de aniversário perfeita ou naquela viagem pra praia com o pessoal da faculdade? Quem nunca sentiu o tempo parar num domingo chato e chuvoso ou num dia péssimo no trabalho?

E não dá pra falar que o tempo é simplesmente uma invenção do homem (as horas são!), porque se ele não existisse, não passaria, as pessoas não envelheceriam, não morreriam... O tempo existe, mas parece estar dentro de nós e daquilo que vivemos. É por isso que talvez realmente seja verdade que cada um tem seu tempo. Algumas pessoas amadurecem mais cedo, outras mais tarde. Algumas se casam aos 18, outras aos 35. Algumas conseguem escolher sua profissão aos 15, outras nem aos 40.

Só é mesmo estranho pensar no que o tempo realmente é pra gente.
O que uma mudança de Ano realmente significa.
O que significa fazer aniversário.

11 de novembro de 2007

Adendos: porque a gente sempre tem mais coisa pra escrever


Mais coisa sobre a vergonha
Eu também não gosto de ir ao dentista. Eu sempre quis ir num jogo de futebol. Eu já dormi numa aula chata da faculdade. Eu dou perdido, porque às vezes acordo e não quero ser social, aí dou perdido no MSN, orkut, na rua (mas não é nada pessoal). Às vezes eu compro as coisas e não uso e é uma vergonha gastar dinheiro à toa enquanto tem gente que não tem o que comer. Tem dias, que eu também como de mais. Eu tenho carta de motorista há 3 anos, não dirijo e isso é uma vergonha porque atrapalha a minha vida.

Mais coisa sobre o Infinito
Só pra completar, você também deveria ouvir " Vilarejo" e "Pra ser sincero" . Eu ouvi hoje e lembrei que são bonitas.


9 de novembro de 2007

Vergonha: todo mundo tem


Como todo mundo é curioso (sim, tds são =p), é bem provavél que você que está lendo esse blog e talvez não me conheça ou não me conheça muito, gostaria de saber mais sobre mim... Mas o invés de ficar me descrevendo e inventando um monte de coisas maravilhosas e perfeitas sobre mim, como todo mundo faz no orkut, blog, etc... Eu resolvi falar sobre algo que todo mundo tem, mas ninguém assume: vergonha! Você já parou pra pensar que você tem, usa, gosta, vê, ouve, faz uma porção de coisas que você morre de vergonha, não tem coragem de contar nem pro seu amigo, pra sua mãe, nem pro cachorro?! (bem no estilo daquela comunidade do orkut "Eu gosto mais tenho vergonha"). Pois bem, eu acho que essas coisas nos definem muito melhor que qualquer descriçao, pois elas nos mostram do jeito que a gente é, com defeitos, micos e momentos bestas.
bom, lá vai minha lista de vergonhas.
Eu morro de medo de altura. Nunca pulei muro, subi em cima da casa, quase morria pra subir na mangueira da minha vizinha, não brincava no trepa-trepa na pré-escola e tinha medo de descer no escorregador. Não vou em montanha-russa, elevador, barco viking, nada disso... pra ser sincera, nem vou naquele minhocão de criancinha. Também não sei dar estrela, nem cambalhota. Isso não tem nada a ver com altura... mas também é vergonhoso!
Meu gosto musical é duvidoso. Eu já quis ser paquita e sabia todas as coreografias da Xuxa de cor, desisti da idéia porque estava longe de ser loira e minha mãe não era louca o suficiente pra descolorir meu cabelo aos 10 anos de idade... Anos depois, o mal loiro continuou a me perseguir e eu virei fã de Hanson (isso, aqueles três irmãos que pareciam mulher). Eu fui num programa de TV para vê-los, tirei duas fotos tão boas que nem dá pra ver que tem gente no palco. A loucura adolescente passou, mas, eu confesso: tenho o último cd deles.
Eu tenho medo de tirar sangue. Isso é maldade, mas eu agradeço por não poder doar sangue, pois se pudesse, não teria coragem! Tudo começou quando eu tinha 1 mês de idade e tirei sangue pela primeira vez e nunca mais parei. Embora já tenham se passado mais de 22 anos, eu ainda tenho medo. Já corri pelos corredores do Hemocentro, já fui segurada por enfermeiros, já chorei até passar mal e sempre quase desmaio. A fase do choro desesperador ao ouvir a enfermeira chamar meu nome já está sendo superada, mas eu ainda fico tonta e vejo o mundo girar. Ao menos, o vexame me rendeu um lanchinho da ultima vez.
Eu também não ando de moto, nem corro demais andando de bicicleta. Eu assisto filmes adolescentes-água-com-açúcar. Eu não assisto filme de terror. Eu não gosto de ficar sozinha em casa, sempre ligo o rádio ou a TV pra ter companhia. Eu não gosto de andar sozinha na rua de noite, se for na padaria, vou e volto correndo. Quando eu fui pro Rio, a gente dançava Atoladinha em todas as baladas. Quando eu li Harry Potter, via o cachorro preto (esqueci o nome) na janela da cozinha e ia dormir. Eu tenho medo de pessoas estranhas na internet. O meu cabelo não é liso.
E é ... eu tinha vergonha de fazer um blog...

8 de novembro de 2007

Infinito Particular


Se você nunca foi num show da Marisa Monte, VÁ!

A voz dela é perfeita (e ela é super simpática, ao contrário do que dizem)!
O cenário é inovador!
As músicas são lindas!
O show é encantador! é uma FACADA, mas uma facada que faz bem!

Depois do show, fiquei até com dó de ter baixado as músicas da net, ao invés de comprar o cd (tava caro e a mulher ainda lança 2 cds de uma vez só!)
Abaixo, a música título do cd Infinito Particular. É linda e eu AMO!

Se ainda não ouviu nenhum dos cds novos, OUÇA! Especialmente as músicas "Três Letrinhas", "Meu canário" e "Satisfeito" do cd Universo ao Meu Redor.

boomp3.com

Infinito Particular
Composição: Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate

Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

1 de novembro de 2007

Blá-Blá-Blá

Como todo escrito que se preze (livro, site, blog, revista, jornal), esse também vai começar com um daqueles textos no estilo “como e por que tudo começou”.

Há tempos venho ensaiando fazer um blog, mas a preguiça e falta de coragem me impediam... sempre desistia da idéia antes mesmo de clicar no sign up do site hospedeiro. Esse mês, cliquei.

Eu sempre gostei de escrever e também tinha um daqueles caderninhos onde guardava as histórias que inventava. Na escola, fazer a Redação para a professora de português não era martírio, era prazer. Mas grande parte dos meus textos ficaram assim: entre mim e a professora. Até mesmo depois que entrei na Universidade.

Ultimamente tenho lido muita coisa legal na internet, blogs de amigos, sites de humor... Neles encontrei textos inteligentes, num estilo que fica entre a crítica e a irônia, coisas boas, que muito me agradam. Fiquei com vontade de fazer algo igual. Aí, hoje recebi o incentivo de uma amiga... e entramos juntas nisso! (tem um link do blog dela aí do lado)

Coisas a serem ditas não faltam. Todo dia tem alguma coisa incrível ou incrivelmente absurda acontecendo. Com certeza todos nós temos coisas a dizer sobre elas.

Sobre o nome do blog...
Assim como li muita coisa legal, também li tanta inutilidade que é difícil acreditar que as pessoas perdem tempo escrevendo sobre isso. Ou pior, algumas pessoas são pagas (e muito bem pagas) pra passar o dia escrevendo textos sobre a calcinha da fulana ou a traição do ciclano. Puro blá-blá-blá inútil. É daí que veio o nome do blog, que para mim tem dois sentidos (talvez, possa ter mais): você pode entendê-lo como um exclamação irritada (e até indignada) diante de tanta inutilidade, ou como uma pretensão de ser mais um lugar de divulgação de coisas que, quando lidas, farão alguma diferença.

Já adianto que tenho um certo problema com parênteses e vírgulas (meus textos são cheios deles!). Também não pretendo escrever textos muitos longos (embora isso seja meio difícil para uma pessoa prolixa como eu), nem falar sobre o almoço de domingo na casa da minha avó. E, como a maioria dos brasileiros, às vezes me estresso com a politicagem do país e com gente que paga R$50 mil numa bolsa.