25 de março de 2009

Primeiro Festival Internacional de Leitura de Campinas


Para quem não sabe, Campinas agora terá um Festival de Leitura. A primeira edição será realizada em abril, do dia 18 ao 26, na Estação Guanabara. O homenageado do evento é Monteiro Lobato.

O Festival terá Mesas Literárias, Contação de Histórias, Peças Teatrais, Shows, Encontro com Autores, entre outras atividades.

A programação já está disponível no site. Recomendo a Mesa Literária do dia 22/abril que contará com a participação de dois professores que tive na faculdade, o Alcir Pécora e o Paulo Franchetti. No dia 24, um dos autores convidados é o Moacyr Scliar. No encerramento, dia 26, haverá um show com o Toquinho e a Orquestra Sinfônica de Campinas (os outros shows ainda não foram divulgados).

Mais informações no site http://www.filc.com.br/prog.html

20 de março de 2009

Conheça - Adriana Lisboa (parte II)


"Destino impiedoso -
Virar broto de bambu
Era seu fim."
Basho


A Adriana Lisboa é uma escritora tão adorável, que merece um segundo post. Sua escrita é sempre sensível, poética e carregada de significados. Sempre que eu leio um livro, gosto de assinalar os trechos que mais gosto, aquelas frases que você quer poder encontrar depois, pra dizer a alguém. Quando leio os livros da Adriana Lisboa, tenho vontade de assinalar o livro todo.


Acabei de ler um outro livro seu, Rakushisha. Esse livro merece atenção especial, ele é o resultado da pesquisa de doutorado da escritora. Ao invés de escrever uma tese, que seria colocada na estante da biblioteca da faculdade e, quem sabe, um dia seria lida por umas poucas pessoas, ela escreveu uma obra de ficção. É no limite entre ficção e realidade, que Adriana Lisboa nos traz o resultado da sua pesquisa sobre a cultura japonesa, o escritor Basho do século XVII e seus haikais.

Merece ser lido por quem gosta de conhecer outras culturas, gosta de haikai e, especialmente, de uma escrita poética, tocante e significativa.



"Gosto dessa familiaridade da estranheza, de que de repente me dou conta. Gosto de me sentir assim alheada, alguém que não pertence, que não entende, que não fala. De ocupar um lugar que parece não existir. Como se eu não fosse de carne e osso, mas só uma impressão, mas só um sonho, como seu eu fosse feita de flores e papéis e um tsuru de origami e o eco do salto de uma rã dentro de um velho poço ou o eco dos saltos de uma mulher na calçada e as evocações de Sei Shonagon e de Basho, séculos depois.

Qual é o lugar que ocupo no mundo? Tem nome, esse lugar? Tem dimensões? Altura, largura, profundidade? Será um som, apenas, ou um gesto, ou um cheiro, ou uma possibilidade nunca explorada? O contrário do som. O contrário de um gesto - imobilidade, potencialidade. Desistência?"

A. Lisboa. Rakushisha, p.89


18 de março de 2009

Doação de órgãos


Hoje o Jornal da EPTV (afiliada TV Globo da região de Campinas) completou 30 anos e fez uma edição especial sobre Transplante e Doação de Órgãos.


Eu sou completamente à favor da doação de órgãos.

Acho um egoísmo inaceitável a família se negar a doar os órgãos de um parente falecido. Eu concordo que a perda de alguém é algo triste e decidir pela doação de órgãos, num momento assim, deve ser mesmo complicado, especialmente porque são as vítimas de acidentes e derrame os maiores doadores de órgãos em potencial, ou seja, pessoas que morreram de forma inesperada e deixaram todos chocados. É difícil tomar uma decisão tão séria em um momento de grande abalo psicológico.

Mas também é díficil saber que seu amigo ou familiar poderia te sobrevivido se tivesse encontrado um órgão no dia anterior. É difícil saber que a vida de alguém que você ama e estima está na mão dos outros, na espera de que outras pessoas - que você sequer conhece - tenham um ato de consciência social.

É nisso que acredito. Doar órgãos é mais que um ato de solidariedade, é um ato de consciência. É preciso ter consciência que ao dizer NÃO à doação órgãos, você se torna cúmplice da morte de outra pessoa. Isso é duro, mas é verdade. Se um órgão que você doa pode salvar a vida de uma pessoa (ou várias), deixar de doá-lo é uma atitude tão cruel quanto dar um tiro em alguém. Deixar de salvar a vida de outras pessoas para manter os órgãos dentro de um corpo que logo será consumido é egoísmo puro, é falta de consciência e de amor ao próximo, é negar o fato de que todos nós temos um pouco de responsabilidade sobre a vida e a morte dos outros.

A reportagem da EPTV terminou com uma mensagem com a qual concordo: quem doa órgãos troca a dor da perda de um ente querido pela felicidade de dar a outras pessoas a oportunidade de continuar vivendo.


6 de março de 2009

Amanhã minha irmã vai estar no Altas Horas


Genteeee... Amanhã minha irmã vai estar no Altas Horas!!!! Ela toca saxofone na banda sinfônica SOPRA MULHERES.

Eu fui lá assistir a gravação ontem. Foi bem legal!! O pessoal da produção é muito legal, todo mundo é muito gente boa, fomos muito bem tratadas e nos divertimos muito, especialmente durante as conversas com os maquiadores nos bastidores, atrás do cenário... só risada! Cheguei em casa morta, às 21h30.

As mulheres da banda Altas Horas são lindas e super simpáticas, conversaram com todo mundo e tiraram várias fotos! O Serginho não foi muito simpático, nem conversou com as meninas da banda! Eu tirei uma foto com ele, mas a foto SUMIU da máquina! Não sei o que aconteceu, mas várias fotos se auto-apagaram =/

O programa vai ao ar amanhã de madrugada na Globo (acho que começa às 1h30) e domingo às 21h no Multishow!

bjo

2 de março de 2009

Eu prefiro as palavras

Todo mundo já deve ter ouvido a máxima “Uma imagem vale mais que mil palavras”. Ultimamente, tenho discordado.

Eu sou uma pessoa meio desatualizada quando o assunto é cinema, porque quase sempre eu acabo esperando os filmes serem lançados em DVD, para poder assisti-los em casa. Quando o filme é uma adaptação de um livro, eu sempre leio o livro antes e por isso acabo vendo o filme só muito tempo depois de ter passado no cinema.

Ontem eu assisti O Caçador de Pipas. Já faz um bom tempo que li o livro, mas ainda não tinha tido coragem de ver o filme. O livro é pesado demais, é sofrido. Acreditando que uma imagem vale mais que mil palavras, pensei que assistir o filme seria ainda mais doloroso. Mas não foi.

O filme, nem de longe, consegue retratar e transmitir todo o sofrimento e dor de Amir, o personagem principal. No filme, ele é apenas um menino que abandonou e maltratou seu melhor amigo. No livro, ele é muito mais que isso. É uma criança que sofre pela sua falta de coragem, pela sua falta de amor e compaixão. Ele sofre por não ter o amor do pai e por não conseguir amar o amigo tanto quanto ele o amava. Ele era fraco, desumano e sofria muito por isso, porque simplesmente não conseguia ser melhor. Faltava coragem.

No livro, ele vai fundo e fala sobre seus sentimentos, sobre todo seu sofrimento. Não é fácil transmitir tudo isso em um filme, mesmo que se tenha roteirista, diretor e atores muito bons. É difícil mostrar com imagens o que se passa dentro das pessoas, pois a palavras transmitem melhor o que há dentro de nós.

No começo do ano, li o Ensaio sobre a cegueira. Esse livro é ainda mais sofrido e angustiante, por isso resistia em ver o filme. Depois de ontem, acho que vou ficar só com o livro mesmo.