27 de dezembro de 2009

Próxima fase, please!

Quando nossos pais, tios, avós (pessoas mais velhas em geral) começam a falar "aproveita bem essa fase da vida, porque depois passa e você vai sentir saudades", a gente sempre pensa que é balela, que é conversa fiada. Mas não é.

Ontem, eu saí com a minha irmã e uns amigos delas, mais novos que eu. E foi então que eu percebi que, pra mim, já chega. Fomos numa balada e, já na chegada, aquela fila... me desanimou. Lá dentro, me diverti na primeira hora, mas depois... não agüentava mais. Aquela gentarada, a música alta, povo empurrando, mané puxando pelo braço, pessoas em atos (praticamente) proibidos para menores de idade... foi quando eu pensei: já deu pra mim.

Porque se tinha uma coisa que eu gostava muito, era balada. Lembro de quando eu e umas amigas íamos na falecida Swingers e só íamos embora quando começavam a varrer o lugar e a levantar as cadeiras. Lembrei também de como fomos expulsas de quase todas as festas de formatura. E das festas da Unicamp. No primeiro ano da faculdade, quando chegamos da Festa Brega, o dia já estava quase amanhecendo. Isso sem contar nosso ânimo infinito às 5h30, num dia frio de agosto, quando paramos na entrada da Unicamp pra tirar foto na placa e matar aquela vontade de 3 anos.

E agora eu não tenho mais ânimo nem vontade pra nada disso. Já não é a primeira vez que eu vou pra uma balada e rezo pra ir embora. Chega uma hora que começa a me dar nos nervos e eu quero muito sumir daquele lugar, me teletransportar em 5 segundos. Ultimamente, tenho me divertido muito mais nas nossas saídas pelos barzinhos de Barão, quando passamos boa parte do tempo sentadas, conversando e dando risada... e voltamos pra casa às 1h.

Eu fico feliz por ter aproveitado, de verdade, cada minuto. Por ficar em cada festa até desligarem o som ou pedirem delicadamente (ou não) pra irmos embora e, por isso, aconselho que todo mundo faça o mesmo. Se você gosta muito de uma coisa hoje, aproveite-a. Se existe algo que te diverti muito e te deixa feliz, viva-o muito, até o fim. Porque depois, vai passar.

Aí eu vejo que a vida é feita de fases mesmo, como se fosse um jogo de vídeo-game. No final de cada fase, a gente sempre acaba enfrentando o monstro da vez (lembram do Mario Bros?!), porque é difícil mesmo aceitar que algumas coisas já passaram e que devemos abrir mão delas pra seguir em frente. E não adianta fugir, porque pior que abrir mão do passado é ficar encurralado, parado no tempo, vivendo uma fase que já não te pertence mais. Não tem nada mais ridículo do que aquele tiozão tão irresponsável como seu irmão mais novo. Ou aquela tiazona que se acha a mocinha da balada. É lógico que a gente sempre pode revisitar o passado e fazer coisas que não fazíamos há anos (aliás, isso é algo que devemos fazer). Mas não adianta fugir... cedo ou tarde, todo mundo precisa passar pra próxima fase.

24 de dezembro de 2009

Tá chegando...

Eu nunca fiz essas listas de fim de ano. Sabe, aquelas listas onde você coloca tudo que VAI fazer ou conseguir no próximo ano? Aí você enche um papel com coisas bonitas e planos perfeitos e depois fica pensando que só pelo fato deles estarem ali, escritos no papel, vão se realizar. Mas viver não é como resolver a lista de exercícios de Fonética e Fonologia (ou as listas de cáculos, para quem é da exata). Viver, meu amigo, é muito, muito mais difícil que isso!

Primeiro, porque fim de ano é sempre época de euforia. Um monte de festas, confratenizações, presentes e comida boa. Fica todo mundo feliz, animado, com aquela cara de bobo, achando que pode tudo. E aí, exagera na lista. Depois que o ano novo começa e a vida volta ao normal, a pessoa percebe que não vai ser tão fácil ir pra academia todos os dias e ficar com a barriga da jogadora de vôlei de praia. Também não vai ser possível fazer o mochilão pelo mundo, nem aprender aquelas duas línguas estrangeiras, muito menos comprar o carro zero.

Segundo, porque – felizmente – a vida é supreendente (meio clichê, mas é verdade). Você pode até fazer mil planos e lutar de verdade para que todos aqueles itens da sua lista saiam do papel. Mas aí vem a vida e te dá uma bela de uma rasteira, vira seu mundo de pernas pro ar e você vê que não vai dar, nada daquilo vai se realizar. Aquele dinheiro que ia sair, não vai sair mais. Você se vê obrigado a fazer um curso de especialização e não sobra mais tempo pra academia. Você queria aprender francês, mas seu chefe fala que, agora, você precisa se virar no espanhol.

Mas, por outro lado, muitas coisas pelas quais você nem esperava, acontecem. Coisas ruins, sim, mas coisas boas também. E não há nada melhor do que quando algo bom acontece na sua vida sem que você esteja esperando. Às vezes, uma surpresa boa acaba sendo melhor do que a realização de um sonho.

Esse ano foi assim comigo. Embora eu não tenha feito lista nenhuma, esperava que certas coisas acontecessem. E não aconteceram. E talvez nem devessem acontecer mesmo. Mas muitas surpresas surgiram no lugar disso tudo. Mudanças no trabalho que eu não esperava. Novos amigos que surgiram do nada e agora já fazem parte da minha vida. Alguns problemas, sim. Mas também muitas soluções que já me trarão mudanças nesse começo de 2010.

É por isso que, ao invés de desejar a vocês que todos seus sonhos se realizem,
desejo que 2010 seja um ano repleto de surpresas,
mudanças e
muita felicidade!