17 de janeiro de 2008

Era uma vez . . .


Era uma vez, em um reino não muito distante, havia uma princesa que vivia no seu castelo encantando, com sua vida encantada, à espera do seu príncipe encantado. Sim, ela tinha um príncipe encantado só para ela.

Em um dia de primavera, ele viria no seu cavalo branco, lindo, perfumado, sorridente, com um poema em uma mão e um buquê de flores na outra. Por ela, ele enfrentaria todos os problemas e percalços do caminho. Atravessaria pântanos, andaria quilômetros e mais quilômetros, enfrentaria noites de frio, passaria fome, mataria dragões, sem medo de nada.

Por ele, ela esperou. Esperou. Esperou. Esperou. Esperoooooooooou. E o FILHO DA MÃE não veio! Ela ficou de saco cheio e muito irritada, pois caiu a ficha que essa história encantada é pura enrolação e resolveu ela mesma ir atrás do tal príncipe.

E ela enfrentou todos os percalços do caminho. Atravessou pântanos, andou quilômetros e mais quilômetros, enfrentou noites de frio, passou fome, matou 3 dragões e não teve medo de nada.

Então, finalmente, ela chegou no tal Reino encantado. Perguntou no balcão de informações onde o príncipe estava e o senhor que lá trabalhava lhe mostrou a direção.

Chegando lá, ela deu de cara com o príncipe: com as barbas por fazer, uma roupinha ridícula, um copo de cerveja na mão, rodeado por dançarinas e gritando palavrões infames. Um serzinho desprezível.

O QUÊ? Esse ser teria medo até de uma barata meio morta, ele jamais atravessaria pântanos, andaria quilômetros e mais quilômetros, enfrentaria noites de frio, passaria fome, mataria dragões por ela.

Decepcionada, ou melhor, irritadíssima por ter perdido anos e anos esperando esse bagulho, ela foi embora. Quando o príncipe percebeu que ela era sua princesa, correu atrás. Ele gritou seu nome muitas vezes, mas ela, orgulhosa, nem olhou para trás. Depois de terem andado uns 3 quilômetros mais ou menos, ela na frente e o ser gritando atrás, a princesa resolveu parar e esperá-lo.

Ele, óbvio, resolveu explicar porque tinha se esquecido dela e porque estava naquele lugar, naquelas condições. É claro que ela não caiu na historinha fajuta que ele contou. Ele tentou explicar mais uma vez e disse que se ela o perdoasse, ele ligaria no dia seguinte e eles poderiam sair.

DIA SEGUINTE? No dia seguinte ele estaria no inferno se não desaparecesse da frente dela imediamente. Não, ela não falou isso pra ele, só pensou, porque tinha que bancar a superior. Disse que ainda bem que ele não foi procurá-la, por que ela tinha passado os últimos tempos com as amigas, bem, algumas viagens, muitas baladas e um pouco de praia. Tinha passado ali no Reino Encantando assim, por coincidência, enquanto estava à caminho da casa da sua prima.

Ele fingiu se importar e ela fingiu que acreditou que ele se importava, porque no fundo sabia que ele estava dando graças à Deus por ter se livrado de mais uma.

Arrasada, mas sem perder a pose, ela foi embora. Enfrentou de novo todos os percalços do caminho. Atravessou pântanos, andou quilômetros e mais quilômetros, enfrentou noites de frio, passou fome, só não teve que matar dragões porque já tinha feito isso na ida. Mas, dessa vez, ela teve medo. Medo de continuar sendo essa babaca encantada de sempre.

Quando chegou no seu castelo, fez a única coisa do mundo que pode salvar uma mulher numa situação dessas: ligou pras amigas! Passaram a tarde inteira comendo brigadeiro de colher, fofocando, fazendo as unhas, arrumando o cabelo e vendo comédias românticas com galãs lindos e maravilhosos.



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