Se tem uma coisa que eu
acho insuportável é gente com má vontade. Sabe quando você vai em
uma loja, lanchonete, mercado ou seja lá o que for, e o operador de
caixa te atende com a maior má vontade do mundo?! Você pergunta,
ele ignora ou responde de qualquer jeito. E fica lá, te olhando com
aquela cara de bunda. Tudo bem, estar trabalhando no caixa de um
supermercado no meio de um feriado, enquanto faz o maior sol lá
fora, não deve ser nenhum pouco empolgante. Mas isso não é culpa
minha. Não tenho culpa se ele está trabalhando no feriado, se ele
ganha pouco ou se odeia o trabalho. E a partir do momento que ele
aceitou aquele emprego, que o faça direito.
O mesmo vale para
aquelas pessoas que são donas do próprio emprego/comércio e te
tratam como se elas estivessem te fazendo um favor, pelo simples fato
de existirem no mundo, terem aberto aquele estabelecimento e te
oferecerem aquele serviço. É você quem deve agradecer a eles, não
o contrário. Tem um sapateiro perto de casa que é assim. Toda vez
que eu vou lá, saio com vontade de ter tacado o sapato na cara dele
ou enfiado o salto bem no meio da testa.
Essa semana, passei por
outra situação assim. Situação que deixa bem claro o significado
das palavras má vontade e incompetência.
Fui em uma assistência
técnica levar meu depilador para consertar. Entrei, esperei um
século até o senhor que estava sentado perto da bancada se tocar
que deveria me atender – ele simplesmente me ignorava, acho que
minha cara deve ter deixado claro minha impaciência e ele resolveu
me atender. Falei que queria consertar o depilador. A primeira
pergunta que ele fez foi: “está na garantia?”. Respondi que não
e rapidamente ele retrucou: “Mas por que você não compra um novo?
Um desses não custa nem 100 reais” (um igual ao meu custa R$160).
Mentalmente, mandei aquele velho catar coquinho. No mundo real, só
respondi: “porque que não quero comprar outro”. Depois disso, um
rapaz me atendeu e eu deixei o depilador lá, mas já sabia que eles
inventariam alguma desculpa para não consertá-lo. Dito e feito.
Cinco dias depois me ligaram, dizendo que como o aparelho era velho,
eles não acharam a peça para fazer o conserto.
Hoje eu voltei lá,
peguei o depilador e levei em outra assistência técnica. É sempre
bom ouvir uma segunda opinião. Além do mais, eu realmente não
quero comprar um novo, porque dinheiro ainda não tá nascendo em
árvore aqui em casa. Chegando na outra assistência, um homem veio
me atender e a primeira pergunta que ele fez foi: “qual o problema
do seu aparelho?”. Eu expliquei e ele disse: “vocês devem ter
deixado ele cair, tá vendo essa pecinha aqui?! Ela tá quebrada, é
por isso que ele tá frouxo”. Sem dizer mais nada, ele foi pra
dentro da loja e voltou, minutos depois, com dois cabeçotes de
depilador na mão, e falou: “olha, isso não tem conserto não, tem
que trocar o cabeçote inteiro. O único problema é que eu não
tenho branco, só tenho nessas cores. É R$48”. Simples assim. Eu voltei pra casa com meu depilador funcionando e economizei mais de R$100 não comprando um novo.
Não sei porque a
primeira assistência não quis resolver meu problema. Meu palpite é
que eles ganham mais dinheiro consertando produtos na garantia,
porque eles devem superfaturar os consertos. Ou então, eles não
querem perder tempo consertando produtos de pouco valor. A questão
é: era muito mais simples e rápido eles serem competentes. Por que
eles simplesmente não falaram que não tinham aquela peça, no dia em que eu fui lá? Teriam
me poupado tempo, trabalho e o dinheiro do estacionamento.
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