10 de fevereiro de 2015

Guia de viagem - O que fazer à noite em Paris

No verão, a noite demora pra chegar no continente europeu, o sol só começar a baixar entre 21h e 22h, horário em que os turistas já estão mortos de tanto andar pela cidade. Quando fui pela primeira vez para Paris, era verão e por isso praticamente não vi a cidade à noite. Antes de escurecer, eu já estava a caminho de “casa” ou já estava morta na cama. Mas agora que voltei no inverno, pude conhecer o lado “Cidade Luz” de Paris, pois às 17h30 já estava escuro.

Só pra variar um pouco, uma das melhores coisas pra se fazer em Paris à noite é... andar pela cidade! É muito bonito ver os prédios iluminados às margens do Sena e seus reflexos no rio. Os pontos turísticos também viram luz à noite: a igreja de Notre Dame, a Sacre Coeur, o Louvre e outros museus, o Arco do Trunfo... ficam todos iluminados! Mas a parte mais legal mesmo é ver a torre Eiffel acender e piscar. No inverno, a torre se acende por volta das 18h e pisca por 5 minutos, o pisca-pisca se repete a cada 1h. No verão, a torre se acende por volta das 21h e também pisca. À meia-noite, as luzes são apagadas.

Outro passeio noturno possível é ir aos museus, alguns deles ficam abertos até às 22h um dia por semana. Eu não cheguei a ir à nenhum museu à noite, mas acredito que seja um bom jeito de evitar as filas enormes.

Na primeira vez que fui pra Paris, fiz uma viagem mais turistóide-louca e andava tanto durante o dia, que acabei não aproveitando o lado noturno da cidade. Acabei voltando pra casa curiosa sobre isso, afinal, Hemingway dizia que Paris era uma festa e a cidade era a preferida dos escritos boêmios e festeiros no início do século passado. Nos dias de hoje, quando se fala da vida noturna na Europa, a cidade quase nunca é citada, o que é uma pena, pois dessa vez pude ver que Paris tem uma vida noturna agitadíssima, todos os dias da semana e com opções para todos os gostos e bolsos.

Paris é uma cidade de bares. Há muitos – muitos mesmos – por toda a cidade. Em geral, eles são pequenos, com entrada gratuita e música (banda ou DJ). Praticamente todos têm happy hour todos os dias da semana, começa às 18h e o horário de término varia entre 20h e 23h. O funcionamento do HH, que eles também chamam de Apéro, depende de cada bar, em alguns a bebida custa a metade do preço, em outros custa 1 ou 2 euros a menos. Outra coisa bem interessante é que, à noite, tudo vira bar: café vira bar, restaurante vira bar, brasserie vira bar. E como você não paga pra entrar, é bem comum as pessoas pularem de um bar para o outro até a noite acabar. É uma festa mesmo! 

Vou falar um pouquinho sobre os lugares onde fui. Mas cabe ressaltar que não sou do tipo que gosta de bar chique, com gente super arrumada e maquiada, lugares finos. Prefiro os lugares mais alternativos, onde todo mundo pode ir, vestido do jeito que quiser e ser feliz. Recomendo entrar nos sites dos bares antes, pra checar horário de funcionamento, valor da entrada e programação – são todos muito ecléticos, um dia toca jazz, no outro rock, no dia seguinte tem um DJ, então é melhor conferir antes.


1. A região do Canal St. Martin e a Rue Oberkampf

Essa rua começa no Canal St Martin e é uma “rua de bares”, até um pouco depois da estação de metrô de Ménilmontant é praticamente um bar do lado do outro. Nas ruas ao redor, também há alguns bares. A maioria tem música (banda ou DJ) e a entrada é gratuita. Nessa rua tem um bar brasileiro chamado Barracão, tem até roda de samba lá uma vez por mês.

Na rua às margens do Canal também tem algumas bares, mas não pareciam tão animados - acho que é uma reunião mais agitada no verão.

5/7 rue Moret, 75011
Um bar bem alternativo, com um porão onde acontecem os shows ou apresentações de DJs. Começa cedo (por volta das 20h) e acaba às 2h – e acaba mesmo! Deu esse horário, eles acendem a luz e param a música. 

114 rue Oberkampf, 75011
É um bar um pouco mais arrumadinho, sempre tem show de alguma banda. No dia em que fui, tinha um grupo tocando músicas francesas e foi bem legal, apesar do lugar estar meio vazio – pelo que vi, sexta é o dia mais animado. Funciona até mais tarde.

64 Rue Jean-Pierre Timbaud, 75011 Paris
Outro bar com música ao vivo, mas ao contrário dos outros dois, na maioria dos dias ele é pago. A entrada varia entre 10 e 15 euros e às vezes inclui uma bebida. No dia em que fui, a entrada era gratuita e tinha uma banda de jazz africano muito boa! Também funciona até tarde.

Outros bares onde não fui, mas também tem fama de serem bons: 
La Java (bar onde a Édith Piaf começou a sua carreira. Hoje, é mais balada mesmo, abre meia-noite. Um domingo por mês, tem show de jazz de graça), Le Zorba, La Caravane, Le Zéro-Zéro, UFO, Onze bar, Pop in, Udo bar (bar alemão) e La Feline (bar de rock).


2. A região do Marais e a Rue Vielle du Temple

Mesmo esquema da Rue Oberkampf, muitos bares e baladas nessa rua e nos arredores.

37 Rue des Lombards
Esse bar fica numa rua pequena e bem charmosa, com outros bares perto. É um bar bem bonito, animado e barato, a cervejona custa €3 e pouco e durante o happy hour, o drinque do dia custa 5 euros e é muito bom! Toda quinta é noite de karaokê, eu não fui, mas meus amigos foram e disseram que é muito legal. Fica aberto das 15h às 3h.

Cabe ressaltar que o Marais é o bairro gay de Paris, então a maioria dos bares dessa região são bares gays. Mas lá não tem muito essa divisão: todo mundo vai em todos lugares. Eu adorei os lugares em que fui, eram todos animados e com música legal.


3. A região da Bastille e a Rue de Lappe

Mesmo esquema das outras duas ruas, mas como essa rua ficava meio longe de onde eu estava, não cheguei a ir em nenhum lugar lá. 


4. Região de Saint-Germain

Saint-Germain era o bairro dos escritores na década de 1920, ou seja, hoje é o lugar chique de Paris e meio caro também. Você percebe isso pela roupa e cara das pessoas – carão, no caso. Mas lá há muitos bares e pubs, eu fui no Brasserie O’neil (20 Rue de Canettes, 75006). Não bebo cerveja, mas meus amigos falaram que a cerveja de lá é maravilhosa. Gostei muito da tarte famblée de champignon! O O’neil é um lugar mais tranquilo, sem música (no dia que fui não tinha, pelo menos), o pessoal vai com os amigos pra ficar sentado nas mesas, então não é um bom lugar pra ir sozinho, você provavelmente não fará amigos lá.

Nessa região, também fica o bar Le Piano Vache, que dizem ser frequentado pelo Johnny Deep.


5. Região da ópera

Tem alguns bares e pubs, mas também é uma região meio cara. Um francês me disse que é uma região “cheia de parisienses” o significa que é um lugar com gente chata, metida e mal-humorada hahaha. Lá eu fui no Le dock (25 Rue Louis le Grand, 75002), é um bar bem legal, tem música ambiente (era eletrônica no dia em que fui) e um porão. Tem happy hour até às 20h, mas depois achei que as bebidas são meio caras.


6. Região da Quai d'Austerlitz

Passei por lá só durante o dia (fica perto da Bibliothèque François Mitterrand), mas vi que no Sena há vários barcos atracados que funcionam como restaurantes e bares. Não cheguei a voltar lá de noite, porque é um lugar onde venta muito e deve fazer um frio de matar, mas no verão deve ser maravilhoso ir pra lá no fim da tarde e entrar em um desses bares-barcos. O mais famoso é o Batofar – passou naquele programa “Vai pra onde?”. Lá também fica a Cité de la Mode et du Design, uma construção super moderna à beira do rio, onde há um centro cultural, exposições, cursos de modas, restaurantes, lanchonetes, bares, baladas e um terraço. Deve ser um lugar muito legal pra ir no verão!


E quanto se gasta pra sair à noite?

Eu não bebo muito, então não sou parâmetro. Mas, em geral, a cerveja custa entre €3,50 e €7 e os drinques custam entre €5 e €12. Meio carinho.


E como ir embora da balada?

Em Paris tem ônibus noturno, são em menor quantidade e eles não passam em muitas ruas, vão mais pelas ruas centrais, mas é possível ir para qualquer parte da cidade.
Também não achei os táxis de Paris muito caros, eu peguei táxi várias vezes à noite e o dia em que a viagem ficou mais cara, paguei €14 e eu estava longe de "casa".



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