19 de fevereiro de 2015

Guia de viagem - O que e onde comer em Paris



Em Paris, os crepes estão por todos os lugares!

 Dessa vez, antes de ir viajar, eu li vários sites de viagens e também reli meu guia de Paris, anotei o endereço de vários restaurantes e outros lugares onde queria comer e... não fui em quase nenhum deles. Não sei se isso acontece com todo mundo, mas quando eu vou viajar e chego ao meu local de destino, fico um pouco perdida e enlouquecida, quero fazer tudo ao mesmo tempo, não consigo me programar ou fazer as coisas do jeito que eu tinha planejado. Como em Paris o tempo não estava bom e choveu muito, isso acabou dificultando ainda mais a turistagem gastronômica: em geral eu entrava no primeiro restaurante pra me proteger da chuva ou me esquentar do frio. Acabei não conseguindo comer nos lugares onde queria, mas mesmo assim tenho algumas dicas para dar.

Começando por um assunto importante: preço. Quanto se gasta pra comer em Paris? Eu gastei entre 10 e 25 euros pra comer. Embora as pessoas sempre digam que é caro comer em Paris, eu não acho tão caro assim, dá pra comer bem e gastar em torno de 12 euros em boa parte dos restaurantes. Se você comer lanches, dá pra gastar menos. Outra informação importante é sobre gorjeta: na França não se cobra 10% nem se paga gorjeta. É claro que se você quiser ser uma pessoa super gentil, você pode dar uma gorjeta, mas não se sinta obrigado a fazer isso.

Uma outra coisa que eu acho muito legal lá é que os restaurantes oferecem água de graça. É assim: se você não pedir nenhuma bebida, eles trazem uma garrafa ou jarra de água, se o garçom não trouxer, você pode pedir, mas peça por uma “carafe d’eau”, pois se pedir uma “bouteille d’eau”, eles vão trazer uma água pela qual você terá que pagar. Só um aviso: a água que eles dão gratuitamente é água de torneira, mas é normal beber água de torneira na França. Aliás, a água de torneira é bem melhor que as águas compradas, que costumam ter um gosto estranho. Eu só bebia água de torneira.

Uma boa região pra comer é próxima à estação de metrô Saint-Michel, que fica às margens do Sena. Atrás dessa estação, tem umas ruazinhas com muitos restaurantes, como a Rue de la Huchette, todos têm 3 formules (o nosso combo) com preços diferentes, a mais barata em geral custa 10 euros e a mais cara, 20 euros. Nessa região, a formule inclui a entrada, o prato principal e a sobremesa. Eu almocei vários dias nos restaurantes dessas ruas e pedi a formule de 10 euros, é claro que não é a meeeelhor comida do mundo, mas comi bem e bastante. Eu acho bem engraçado ter opção de comida barata nessas ruas, pois é uma região bem turística, fica próxima ao Jardin de Luxembourg e à Notre-Dame. Outra rua com muitas opções de restaurantes e lanchonetes é a Rue Mouffetard.

Ainda sobre as formules, a maioria dos restaurantes oferece essa opção na hora do almoço, durante a semana. Em geral há 3 opções de formule: entrada e prato principal, sobremesa e prato principal ou entrada, prato principal e sobremesa. Além disso, os restaurantes deixam um menu do lado de fora, então é possível ver os preços antes de entrar. As formules e os pratos do dia (que também são mais baratos) geralmente estão escritos em uma “lousa” na calçada.

Se você procura comida barata, também pode comer nos restaurantezinhos de comida turca. Eu comi um kebab que estava ótimo, perto do Canal St Martin, e paguei apenas 8 euros em um prato imenso com salada, batata frita, carne de cordeiro e couscous. Esses restaurantes não parecem, assim, muito limpos... mas uma dica importante é não se preocupar com higiene na Europa, porque lá não vamos encontrar a higiene brasileira em nenhum lugar. As pessoas não usam touca, luva e pegam na sua comida com a mesma mão que pegam no dinheiro e depois no pano de chão. Não sei se nos restaurantes super mega chiques também é assim, mas na maioria dos restaurantes normais, essa é a realidade. Então, gente, é comer e ser feliz.

Falando em comida turca, eu comi um sanduíche de falafel no restaurante super famoso e indicado chamado L'As du Fallafel. Esse lanche é muito bom, custa em torno de 8 euros e vale uma refeição, pois ele é imenso.

L'As du Fallafel
32-34 Rue des Rosiers,75004

Outra dica de lugar barato pra comer é o Flunch, um restaurante self-service que tem atrás do Centre Pompidou. Eu almocei lá um dia e gastei uns 7 euros.

Flunch
21 Rue Beaubourg, 75004

Além disso, pensando em gastar pouco, você também pode almoçar nos restaurantes universitários da cidade – qualquer pessoa pode comer lá, mesmo quem não é estudante. As refeições custam em torno de 5 euros e costumam ser muito boas. Eu não comi em nenhum deles, mas um amigo almoçou no RU da Sorbonne e gostou.

Pensando em fast food, tenho dois lugares pra indicar, um é o Pomme de pain, uma rede de lanches tipo o Subway, mas os lanches tem uma cara mais francesa. Eu paguei 8,80 euros em uma formule que incluía lanche, bebida e doce. Há vários restaurantes dessa rede espalhados pela cidade. Também comi no Mamma Roma, uma pizzaria fast food, e paguei 10,50 em uma formule que incluía uma entrada (de petiscos), um pedaço de pizza (que está ótimo!) e uma bebida.

Mamma Roma
55 Rue du Cherche-Midi, 75006

Um dia também jantei na Brasserie Les Trois Quartiers, perto da église de La Madeleine, foi lá que comi um prato francês muito muito bom: o magret de canard (peito de pato). Esse restaurante era bom e, por isso, um pouco mais caro, paguei em torno de 20 euros nesse prato.

Brasserie Les Trois Quartiers
21 Rue Duphot, 75001

Magret de carnard

Falando em prato francês, é bom aproveitar uma viagem para a França pra comer coisas que não comemos aqui no Brasil. Lá eu já comi carne de pato e de coelho, também é fácil achar restaurantes com carne de cordeiro. Também comi Tartiflette, que é um prato bem comum feito com batata, cebola e bacon gratinados com queijo reblochon – apenas não tem como ser ruim. Outra coisa que eu amo é o pain au chocolat. Embora o croissant seja mais famoso no Brasil, eu prefiro mais esse outro, é tipo um croissant com gotas de chocolate – lembrando que na França o croissant não tem recheio.

Paris também é repleta de pâtisseries com vitrines maravilhosas de doces. Eu comi alguns doces lá, gostei muito do éclair, porém os doces franceses são um pouco sem graças para nós, brasileiros. Sabe quando você vê aquele doce lindo-maravilhoso, dá uma mordida e acha meio aguado, falta uma dose de leite condensado, eu acho.

Também não dá pra vir embora sem comer macaron. É um doce pequeno e caro, fato, mas é muito bom. Dessa vez, experimentei os macarons de vários lugares diferentes, mas nada se compara ao macaron da Ladurée, é o melhor de todos! Só de pensar naquela maravilha desmanchando na minha boca, me dá vontade de ir pra lá agora. Diziam que os macarons da Pierre Hermé eram muito bons também, mas eu comprei um macaron lá e continuo achando a Ladurée a número 1. Aliás, a Ladurée também é um ótimo lugar para tomar chocolate quente.


Macarons e chocolate quente da Ladurée.

Pra terminar, deixo dois lugares que me indicaram, mas acabei não conseguindo ir em nenhum deles. Um francês me indicou o restaurante Gladines (há 4 deles em Paris) que serve comida basca (do sul da França), ele me disse que esse restaurante é barato e a comida é muito boa. Um outro amigo, agora brasileiro, me indicou a região de Cour St. Emilion, um lugar praticamente desconhecido pelos turistas (foi a indicação de um francês). São antigos armazéns, hoje reformados, onde se encontram vários restaurantes em um calçadão, lá também há um cinema com vários filmes europeus em cartaz.


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